…E como foi difícil esta jornada

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Como é precária a condição de empreender no Brasil. Entre tantas outras, três destas condições são quase insuportáveis. Dividir com um sócio majoritário, o Governo e seus tentáculos, que de tão ganancioso, não deixa sobras ao minoritário, senão o ônus de pagá-lo, além da execução diária do trabalho árduo.
Em segundo vem o estigma imposto por uma sociedade paternalista do “empresário que quer levar vantagem sobre o empregado”, e as relações entre ambos, que deveria estar pautada na produtividade e na confiança mútua, partindo desta má reputação, revela-se injusta e improdutiva a quem emprega.
E por fim, para atermo-nos a apenas três quesitos, é o relativo à prática do jornalismo, quando enfrenta-se o julgamento a cada nova edição, recaindo sobre as cabeças dos jornalistas. Ao noticiar matérias positivas, favoráveis à população ou à cidade, se é taxado de bajulador, como se o interesse fosse escuso ou a notícia mentirosa. E ao publicar reportagem investigativa, denunciando algum problema, a culpa recai novamente sobre o mensageiro, não sobre o responsável que gerou a mensagem, ou a notícia negativa.
Mas enfim, dentre estas condições, a Gazeta integra o seleto grupo de empresas longevas do Brasil. Noventa e dois anos absorvendo lições para cumprir sua missão de informar com ética, que nada mais é do que colocar em prática, os valores e os princípios aprendidos desde sua concepção como regras, e não como algo passível de barganha.
A ética na Gazeta foi e continua sendo praticada como condição sine-qua-non, como padrão inflexível, como regra que não aceita exceção.
Sob este manto, a Gazeta de Bebedouro enfrenta o dia-a-dia para informar sem ceder. Pelo simples fato de acreditar no seu dever de noticiar a quem lhe confiou esta tarefa, o leitor.

Publicado na edição nº 10000, de 21, 22 e 23 de junho de 2016.