“A partir de agora, o Hospital de Amor entra no processo em caráter de urgência”, afirma Henrique Prata

Em entrevista exclusiva a Gazeta de Bebedouro, o presidente da Fundação Pio XII ressalta a possibilidade da instituição assumir gestão do Hospital Estadual de Bebedouro.

0
13766
Mudando de etapa – A região de Barretos, juntamente com mais oito cidades, conseguiram retornar à fase laranja do Plano São Plano, incluindo Bebedouro. A atualização foi apresentada, na sexta-feira (26), com o anúncio da extensão da quarentena até 14 de julho. (Divulgação/Governo de SP)

Continuam em ritmo acelerado as negociações para que a Fundação Pio XII, responsável pelas unidades do Hospital de Amor, com sede em Barretos, assuma a gestão dos 50 leitos, sendo 20 de UTI e 30 de enfermaria, para o combate do novo coronavírus, nesta primeira etapa de abertura do Hospital Estadual de Bebedouro.
Na manhã de sexta-feira (26), o diretor de obras da instituição conheceu as instalações do hospital. No período da tarde, Fernando Galvão anunciou que a empresa bebedourense Conecta Ser será a responsável pela seleção dos profissionais que atuarão no Hospital Estadual de Bebedouro. “Serão 170 vagas nesta primeira fase. O Hospital de Amor já está com algumas vagas em aberto pelo endereço: hospitaldeamor.gupy.io”, escreveu em suas redes sociais, o prefeito.

 

(Divulgação/Governo de SP)

 

Para Galvão, a “conquista do Hospital Estadual é histórica. Será um divisor de águas na saúde pública. Teremos leitos de UTI num momento muito preocupante. Além do mais, tanto a construção, e agora o custeio ficará sob responsabilidade do Estado. Hoje, atendemos oito cidades e parte dos atendimentos é todo bancado com recursos próprios, o que nunca foi justo com os cofres do município. Lutamos muito e vamos conseguir mudar esta realidade, que há anos prejudica as contas e dificulta os investimentos em outras áreas, já que gastamos 34% do orçamento só em saúde”, avalia o prefeito.
Em entrevista exclusiva a Gazeta de Bebedouro, o presidente da Fundação Pio XII, Henrique Prata, afirma que o Hospital Estadual de Bebedouro é uma conquista da qual se sente integrado.
“Há oito anos, não só o prefeito, Fernando Galvão, mas também o secretário de saúde da época, o médico Eurico Medeiros, solicitaram minha visita ao Hospital Municipal. Condenei veementemente o projeto daquela instituição, por suas instalações antiquadas, arcaicas e sem manutenção. Depois de eu ter ajudado o Fernando, provando que não havia condições de reformas naquele espaço, ele foi até o governador e comprovou. Agora, após o hospital ter passado por essas mudanças, da maneira que eu e o Fernando queríamos e da maneira que é melhor para a sociedade, nós comemoramos esta parceria que surgiu lá no começo das ideias”.
De acordo com Henrique Prata, “a partir de agora, o Hospital de Amor entra no processo em caráter de urgência, com grande possibilidade de continuar na gestão, principalmente, pelos resultados de 100% de satisfação obtidos com os usuários dos AMEs e pela revolução que fizemos na Santa Casa de Misericórdia de Barretos. Ou seja, a vontade do Governo do Estado de São Paulo, a vontade do prefeito Fernando Galvão, e a nossa vontade é ajudar Bebedouro na missão de oferecer medicina de excelência e humanizada para a população, além de aliviar os atendimentos na Santa Casa de Barretos, pois as demandas de lá, agora com a Covid-19, estão muito pesadas”.
O presidente da Fundação Pio XII afirma que a gestão do Hospital Estadual de Bebedouro será totalmente de responsabilidade do Hospital de Amor.
“Iremos buscar toda a parceria que pudermos com a equipe médica especializada de Bebedouro, na tentativa de levar o projeto do Hospital de Amor. O hospital está pronto, lindo e com instalações e equipamentos de primeira. O governo presenteou a instituição com 20 novos leitos de UTI, sem contar a contribuição importantíssima do deputado federal Geninho Zuliani, que agiu com toda sua garra e coração para atender a demanda do Fernando”, avalia Henrique Prata, completando: “Esta é uma conquista para Bebedouro e um exemplo de força, onde todos os envolvidos têm o mesmo interesse de ter um ‘case’ de sucesso e um hospital espelho, onde trabalharão 99% dos profissionais bebedourenses e mais 30 colaboradores transferidos de Barretos. Acredito que não há uma pessoa que não esteja feliz com esse presente que ‘caiu do céu’, com mérito indiscutível do prefeito Fernando Galvão. Meus sinceros parabéns, pois é um prefeito muito competente”, analisa Prata.
A unidade terá 140 leitos, dos quais 20 serão para a UTI adulto, além de quatro salas cirúrgicas, um Centro de Diagnóstico para realização de exames de imagem e um berçário com 34 leitos. Ao todo, o centro médico atenderá 17 especialidades. Os serviços serão distribuídos em seis pavimentos, incluindo um anfiteatro, que já está pronto e mobiliado.

Retorno à fase laranja
A região de Barretos, juntamente com Araraquara, Baixada Santista, Campinas, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto e Taubaté, além das sub-regiões Leste (Alto Tietê), Norte (Franco da Rocha) e Oeste (Osasco) da Grande São Paulo, conseguiram retornar à fase laranja do Plano São Plano.
As regiões de Araçatuba, Bauru, Franca, Marília, Piracicaba, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto e Sorocaba permanecem na fase vermelha, com restrição total de atividades não essenciais. Já a melhora de índices em parte da Grande São Paulo permite que a capital e as sub-regiões do ABC e de Taboão da Serra avancem à fase amarela, que permite atendimento presencial restrito em bares, restaurantes e salões de beleza.
A quarta atualização do painel de fases da retomada econômica do Plano São Paulo, foi apresentada, na sexta-feira (26), pelo Governo estadual, com o anúncio da extensão da quarentena até 14 de julho.
“O sexto período da quarentena começa na segunda-feira (29) e vai até 14 de julho. Estamos completando 100 dias de quarentena em 1º de julho. E o novo mapa do Plano São Paulo continua sendo uma ferramenta técnica muito importante para planejamento e execução de todo o combate à pandemia no estado. O Plano SP completa 30 dias na próxima terça (30) e vem seguindo seu curso com sucesso e credibilidade”, afirmou João Doria.
Na fase laranja, é permitido a reabertura de 20% da capacidade de escritórios em geral, imobiliárias, comércio de rua, shoppings e concessionárias por quatro horas diárias. Já na amarela, a flexibilização prevê abertura limitada a 40% da capacidade de todos os setores previstos na laranja e seis horas de expediente, além da retomada controlada e parcial de atendimento presencial em salões de beleza e barbearias, bares e restaurantes.
Segundo o status dos indicadores do Plano São Paulo, nesta quarta atualização, a capacidade hospitalar para atendimento a pacientes graves de Covid-19 é satisfatória em quase todas as regiões do estado. Porém, o aumento no número de casos na maior parte do interior provocou o regresso à restrição total em praticamente metade do território estadual.
Em números absolutos, o mês de junho até sexta-feira (26), registrou 138.889 novos casos em relação a maio, que teve 81 mil infecções confirmadas no período. Já as internações deste mês somaram 46.092, com queda em relação ao total de 46.735 do mês anterior. As mortes por Covid-19 vitimaram 6.144 pessoas no estado, ante 5.240 em maio.

Continua o avanço no interior
A pandemia do novo coronavírus continua avançando com rapidez no interior e litoral de São Paulo. Em apenas quatro dias, o percentual de novos contaminados fora da capital praticamente dobrou em relação ao mesmo índice da semana anterior.
De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde e do Centro de Contingência do coronavírus, entre os dias 14 e 20 deste mês, o interior registrou 17.932 novas contaminações por coronavírus, enquanto que na capital o total foi de 15.342. O avanço da pandemia fora da capital foi 14,5% maior.
No intervalo entre domingo (21) e quarta-feira (24) o interior viu 10.752 novas confirmações de casos, ante 7.670 na capital. Em apenas quatro dias, a pandemia avançou 28,7% a mais, fora da cidade de São Paulo. Também pela primeira vez, o número absoluto de mortes por Covid-19 no interior (6.677) superou o da capital (6.675) ao longo da pandemia.
“A diferença é muito grande nesta taxa de incidência de casos. Isso nos leva a projetar o aumento significativo que teremos no interior do estado. A taxa de transmissibilidade tende a reduzir bastante na capital e aumentar no interior do estado”, avaliou João Gabbardo, secretário executivo do Centro de Contingência.
O secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, também reforçou a preocupação com o agravamento da pandemia fora da capital. “A aceleração tem se dado em novos casos e também em óbitos. Nós temos alertado o interior e apoiado com aumento da capacidade hospitalar em todo o território do estado”, ressaltou.

 

Publicado na edição nº 10496, de 27 a 30 de junho de 2020.