Antônio Carlos Martins – Calunga, o árbitro de futebol

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Severo – Calunga revela que tentaram lhe oferecer ‘mala preta’ em um campeonato.

 “Todo juiz tem duas mães. Aquela que fica em casa e aquela que a torcida xinga”

 

Nascido em 12 de fevereiro de 1954, o servidor municipal aposentado Antônio Carlos Martins é o mais antigo árbitro de futebol de Bebedouro. Filho do operário Pedro Martins e da dona de casa Maria de Lourdes Ferreira, ele é o mais velho de seis irmãos: Jesus, Paulo, João Roberto, Aparecido e Sérgio; ele até sonhou em se tornar árbitro profissional da Federação Paulista de Futebol, mas a falta de condições financeiras e a obrigação de ajudar no sustento da família, não o deixaram realizar o desejo. Porém, nada disto o impediu de viver no esporte amador, as emoções e apuros por que passa o personagem mais odiado e respeitado do futebol.

 

Gazeta – Onde viveu sua infância?

Calunga – Passei minha infância no Jardim Paraíso. Meu principal amigo de infância tinha apelido de Tuim. Não me recordo direito o nome dele. E tinha o Florisval Aparecido Varrichio que chegamos a trabalhar juntos na Prefeitura. Mas não fui uma pessoa de muitos amigos.

Gazeta – Jogava bola na infância?
Calunga – Sim. Sempre joguei muita bola desde criança. Jogava de lateral direito. Eu cheguei a jogar muito tempo em um time amador, o Madureira Futebol Clube, que tinha o Paulo Nazário como técnico e que fazia um trabalho muito bom de base. Jogava o pessoal do bairro. O campo ficava onde está a avenida Dr. Pedro Paschoal. Antes, ali passava a linha de trem. O campo era bem tratado, porque a gente ajudava cuidar.

Gazeta – Algum deles virou jogador profissional?
Calunga – Na época era muito difícil e complicado isto acontecer. Todo mundo trabalhava e tinha sua responsabilidade com a família. Jogávamos por hobby, porque gostávamos muito de futebol.

Gazeta – Como foi a mudança de jogador para tornar-se árbitro?
Calunga – Surgiu o convite do Eurideval Zacarias, o Delau, um dos maiores árbitros que já existiram em Bebedouro, na minha opinião. Eu tinha uns 18 anos. Ele me perguntou se eu queria ser bandeirinha, em jogos da Liga Bebedourense de Futebol. Inclusive o presidente era o ex-vereador, Wilson Antônio Riguetto. No começo, fiquei meio assim, mas como me saí muito bem como bandeirinha, o Delau veio perguntar se eu queria apitar. E graças a Deus tive a sorte de me destacar, com trabalho bom e sério. E assim se passaram 25 anos.