É preciso aplaudir a primeira fase de ‘Renascer’

Marcos Pitta

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Obra de arte - Primeira fase de Renascer chegou ao fim sem erros e com atuações de tirar o fôlego.

As primeiras semanas de ‘Renascer’ entregaram tudo aquilo que os espectadores e que a própria Globo estavam esperando. Cenas marcantes, atuações impecáveis, texto bem refinado (e muito bem adaptado por Bruno Luperi, diga-se de passagem) e uma direção artística belíssima, capaz de encher os olhos de todos, até dos que não gostam deste estilo de trama. Não há como deixar de aplaudir a primeira fase de ‘Renascer’.

Iniciada em 22 de janeiro, a trama teve pouco mais de 15 capítulos apresentando os personagens e introduzindo a saga de José Inocêncio, muito bem defendido por Humberto Carrão neste prólogo. Aliás, é preciso enaltecer o trabalho de Carrão que viveu um de seus melhores papéis na televisão.

Ao lado dele, Duda Santos que interpretou Maria Santa também mostrou todo seu talento, uma participação para lá de especial e a atriz fez jus ao tamanho da importância de sua personagem na trama. Destaque também para Uliana e Adanilo, dois rostos novos em novelas, pelo menos para o público do sofá, que encantaram como Morena e Deocleciano, agora na segunda fase, defendidos por Ana Cecília Costa e Jackson Antunes.

‘Renascer’ apresentou tantos outros talentos nesta primeira fase que fica impossível elencar todos em uma lauda. No entanto, não há como passar por este início, prolongado pelo autor neste remake, sem citar o brilho de Belize Pombal, Fábio Lago, Enrique Diaz e Antônio Calloni, os dois últimos entregaram excelentes sequências, exemplo da morte dos dois personagens em duas das cenas que certamente serão lembradas.

Por fim neste assunto do elenco, a escalação de Juliana Paes foi um acerto e o trabalho de caracterização de Jacutinga agora, 30 anos mais velha é incostestável. Para quem a vê em nada consegue comparar com Maria Marruá, de ‘Pantanal’, ou com Maria da Paz, de ‘A Dona do Pedaço’, ou com Bibi, de ‘A Força do Querer’. Juliana também entrega em cena e mostra-se capaz de interpretar qualquer papel.

Com a passagem de tempo, Humberto Carrão dá lugar a Marcos Palmeira e a saga de José Inocêncio continua com novos contornos. Pelo que já foi apresentado desde segunda-feira (5), a entrada dos novos personagens, também emblemáticos na memória do público, tem tudo para segurar a audiência que já passa perto dos 30 pontos tão almejados.

Bruno Luperi ousou mais em ‘Renascer’ do que em ‘Pantanal’, conseguindo ser fiel ao texto original de 1993, do avô Benedito Ruy Barbosa e mesmo assim inovando, trazendo novos personagens e agora é aguardar para ver o que mais a obra prima reserva ao público que, pouco a pouco, volta a se sentar no sofá no horário nobre da televisão aberta.

Publicado na edição 10.820, de sábado a sexta-feira, 10 a 16 de fevereiro de 2024