O que fazer com nosso lixo de cada dia?

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Discussões devem ser abertas e acessíveis à participação da população.

Em 31 de março deste ano, a portas fechadas, vereadores e representantes da Prefeitura discutiram na Câmara, a situação do lixo urbano. Inexplicável a decisão em restringir a participação de interessados no assunto tão importante para toda a cidade.
Bebedouro sofre há anos com a falta de rumo e política pública para a destinação do lixo doméstico. Houve avanço em acabar com os lixões, resultado de muitas reportagens da Gazeta cobrando ações ambientais.
Mas o que era provisório virou permanente, enviar lixo doméstico para aterro licenciado de outro município. Não dá para manter por muito tempo esta medida, porque os aterros particulares irão se esgotar, por isto, é necessário dar destinação final, com menor impacto ambiental.
A mesma cobrança fazemos com relação aos entulhos de construção civil e de jardinagem. Por inúmeras vezes, denunciamos em reportagens, lidas inclusive pela Cetesb, o aterro clandestino da Zona norte.
A inércia em resolver o problema, após debate mais amplo, resultou na situação a que os bebedourenses estão sujeitos hoje: subordinação ao monopólio na disponibilização de caçambas, apesar da cidade contar com pelo menos mais duas empresas do ramo. Além disso, há gente honesta na cidade interessada em fazer o processamento deste lixo, mas sequer é chamada para opinar.
É preciso ampliar o debate com a sociedade, na convocação de órgãos consultivos como Conselho Municipal de Meio Ambiente, ONGs e a sociedade civil, para não privatizar uma discussão que é pública.
O lixo é hoje, considerado lucrativo, tanto que é disputado por grandes empresas, em cidades maiores, em concorrências mal vistas por falta de transparência, investigadas pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e Ministério Público.
Mantemos nosso compromisso editorial de vigiar, fiscalizar e cobrar política pública de destinação do lixo. Desde a instalação clandestina de lixeiras no centro, até a destinação final do lixo domestico e dos entulhos. É nossa obrigação zelar pelo futuro da cidade e bem estar das gerações que virão.

(…)

Publicado na edição nº 9679, dos dias 5 6 e 7 de abril de 2014.