Oportuna análise sobre Bebedouro

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Série da Gazeta com dados estatísticos sobre matrimônios, divórcios, natalidade e mortalidade faz um raio X da cidade.

A Gazeta de Bebedouro fez uma série de reportagens, com base em dados oficiais do IBGE e do Cartório de Registro Civil, que retratam Bebedouro em números. As informações sobre taxa de natalidade, mortalidade, casamentos e divórcios, possibilitam entender melhor nossa sociedade, derrubando falsas impressões e ajudam planejar o futuro.
A primeira falsa ideia eliminada é de que a bebedourense tem filhos demais. Mesmo os altos índices de gravidez na adolescência, não foram capazes de elevar a taxa média de um filho por casal. Nada é mais forte do que a pressão financeira que, a cada dia, força o planejamento familiar. A falta de dinheiro é o melhor anticoncepcional.
Apesar do elevado número de acidentes com vítimas fatais e falecimentos por doenças, o bebedourense está vivendo mais do que a média nacional. O que obriga os próximos governantes a repensar a infraestrutura urbana para dar suporte à significativa parcela da população que chega à 3ª idade.
Quanto à base da instituição da família, o casamento, ainda mais em crise do que muitos pensavam, mas diferentemente do que muitos imaginavam, não são os novos casamentos que acabam rapidamente, mas os matrimônios com mais de dez anos que perdem a durabilidade.
Em quase dez anos, a quantidade de divórcios triplicou, e na maioria das vezes é consensual: nenhum dos dois mais luta para manter o lar.
As boas análises feitas na edição do final de semana, tanto pelo padre Marcelo Cervi como pela psicóloga Carmen Ligia Souza Cruz, apontam para a fragilidade das relações e o egoísmo para o fim das uniões.
As igrejas cristãs e até os espíritas, costumam ter grupos de preparação para o casamento. Com base nos dados oficiais que a Gazeta publica, o melhor seria criar grupos de orientação de namoros. Como disse a entrevistada do Gente, Marta Cervi Padovan, o relacionamento sexual tem prevalecido sobre o amadurecimento do conhecimento entre os namorados. Se o sentimento é só físico, desgasta-se facilmente.
O melhor de tudo é que a Gazeta segue trabalhando através de jornalismo profissional, ao sair da acomodada função de relatar factuais, para ajudar a reflexão do coletivo. Noticiar assaltos, acidentes, brigas políticas e resultados de partidas esportivas é fácil. O bom e difícil é fazer jornalismo apurado, que requer tempo, cálculos e opinião de especialistas. Com isto, disponibilizamos ao leitor, edições que podem ser arquivadas para consulta posterior sobre o período que vivemos. Não fazer isto é gerar apenas papel para embrulhar peixe no dia seguinte.

Publicado na edição nº 9648, dos dias 21 e 22 de janeiro de 2014.