Praça Abílio Manoel
No quadrilátero entre as ruas Rubião Júnior, Adolfo Pinto, Tobias Lima e dos Andradas, há a indicação da Praça Abílio Manoel que, de fato, inexiste há muitos anos. Registrado como o endereço oficial de escola, posto de saúde, empresas comerciais e residências, pode ser localizada nos sistemas de busca na internet, onde consta:
“Praça Abílio Manoel está no bairro Centro, município de Bebedouro, estado de São Paulo, região Sudeste do Brasil. As coordenadas geográficas de Praça Abílio Manoel são latitude -20.9456723 e longitude -48.4784981”.
Sobre o referido local, o pesquisador Arnaldo B. Christianini fez o seguinte registro: “Em 1878, moradores do incipiente “arraial do bebedor” fincam uma grande cruz de madeira, no dia 03 de maio (dia de Santa Cruz) no chão de uma pequena clareira em frente da chácara de Joaquim Angelino, ao lado do caminho para o Paiol (depois estrada para o porto fluvial de Pitangueiras). É hoje a rua 7 de Setembro, e o local da cruz ficou sendo chamado Largo de Santa Cruz. Hoje denomina-se Praça Abílio Manoel (mas da praça nada resta, pois nela há a Escola Cel. Conrado Caldeira, um centro de saúde, e outra construção).”
O “desaparecimento” da Praça pode ser associado à doação do terreno de 7.774 m2, em 20 de dezembro de 1935 pela Prefeitura Municipal ao Governo do Estado de São Paulo, a fim de que fosse construído o edifício para instalação do Segundo Grupo Escolar de Bebedouro, que anos depois seria denominado como “Grupo Escolar Cel. Conrado Caldeira”.
Posteriormente, em 23 de julho de 1960, por meio da Lei no. 423, a Prefeitura Municipal fez a doação de terreno de 775 m2 ao Instituto de Previdência do Estado de São Paulo para a construção do edifício para instalação de Unidade Sanitária Polivalente, atual “ESF Dr. Moacyr Caldeira”.
Também nos anos de 1960, em área anexa no mesmo quarteirão, foi instalada a sede da 9ª Delegacia de Recrutamento Militar, e no início da década seguinte, houve a construção de prédio para o “Serviço Médico Odontológico Dr. José Deocleciano Ribeiro Filho”, em área de 288 m2
Com a recente construção da unidade local do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), além desta, permanecem na mesma quadra somente a ESF Dr. Moacyr Caldeira e a Emeb Cel. Conrado Caldeira.
Ou seja, oficialmente a Praça Abílio Manoel continua existindo, mas na realidade, é apenas uma indicação que, certamente deve causar muita confusão, especialmente para os que não são moradores locais.
Praça Altino Arantes
Em 1928, Bebedouro tornou-se sede da 3ª Divisão da Companhia Paulista de Estradas de Ferro e para abrigar suas instalações foi construído um prédio na atual rua Jaime Blandy, defronte à Estação Ferroviária e ao lado do “escadão” e da primeira vila ferroviária.
No local em que a referida sede foi construída, havia uma praça, inaugurada em 1922, na gestão do então prefeito Cel. Raul Furquim. O nome da praça, “Altino Arantes”, foi dado em homenagem a este político e ex-presidente do Estado de São Paulo (1916-1920). No entanto, apesar de ser chamada de “praça”, era um local descuidado, utilizado também para a montagem de circos de cavalinhos e parques de diversões.
Foi ali também que na mesma época teve início o calçamento da cidade, com a colocação de paralelepípedos no primeiro quarteirão da rua Prudente de Morais, ou seja, das escadarias até a rua Vicente Paschoal. Porém, por seis anos, o calçamento ficaria apenas neste quarteirão, pois somente em 1928, no mandato do prefeito Antônio Alves de Toledo, a colocação de paralelepípedos teria continuidade em outras ruas do centro da cidade.
Da antiga praça “Altino Arantes”, ficou apenas uma pequena parte, no entroncamento da travessa Jaime Blandy com a rua Oscar Werneck e a avenida dos Antunes. No entanto, o que restou desta antiga praça passou a ter uma nova denominação, pois em 23 de setembro de 1988, por meio do Decreto Municipal n. 2.084, a localidade passou a ser denominada “Praça Frei Querubim Rega”.
Observa-se que, no entanto, tanto o antigo nome, “Praça Altino Arantes”, quanto o nome posterior, “Frei Querubim Rega”, permanecem desconhecidos pela população, pois não há nenhuma indicação no local que informe a denominação correta.
(Colaboração de José Pedro Toniosso, professor e historiador bebedourense www.bebedourohistoriaememoria.com.br).
Publicado na edição 10.834, de sábado a terça-feira, 6 a 9 de abril de 202