A Globo estreou na segunda-feira (22), a nova versão de ‘Renascer’, novela criada por Benedito Ruy Barbosa, exibida em 1993 e adaptada por Bruno Luperi, seu neto. A estreia da trama cravou 26 pontos no ibope, superando as antecessoras ‘Terra e Paixão’ e ‘Travessia’ e, em seu segundo capítulo subiu para 27, também ficando acima das antecessoras.
Claro que o remake surfa na boa onda deixada pela trama de Walcyr Carrasco que em seus últimos capítulos atingiu índices acima dos 30 pontos, mas a memória afetiva com a trama também se une ao fato do sucesso logo na primeira semana.
Isso mostra que o remake, quando bem idealizado, ainda é bastante aceito pelo público. ‘Renascer’, tem tudo para fazer bonito e pelos primeiros capítulos, é possível notar que se encaminha para isso. No começo, Humberto Carrão dando vida ao protagonista José Inocêncio, mostra sua versatilidade como ator e deixa para trás a imagem de protagonista apagado que teve como Rafael em ‘Todas as Flores’. Carrão está impecável e sua composição está em pleno acordo com o que a história propõe. A partir das próximas semanas, com a passagem de tempo e o início da segunda fase da trama, Marcos Palmeira assume o papel.
Com participação especial no primeiro capítulo, Maria Fernanda Cândido brilhou como Cândida. A atriz faz falta nas novelas e mostra, também, que descansar a imagem deixa o público saudoso. Além do mais, vê-la em cena é sempre gratificante e tem ainda o fato de que o autor criou a personagem especialmente para ela, visto que Cândida não existiu na primeira versão, em 1993.
Ao seu lado, quem também brilhou na estreia foi Juliana Paes, irretocável no papel de Jacutinga, fazendo jus ao que Fernanda Montenegro entregou 30 anos atrás. Neste caso, vale uma ressalva que não precisa existir comparações, afinal, o mote da personagem é o mesmo, mas a Jacutinga de uma em nada tem a ver com a outra e Juliana se encarrega de deixar isto bem claro.
Outros nomes brilharam na estreia como Chico e Enrique Diaz, Fábio Lago, Antônio Calloni, Duda Santos e Edvana Carvalho, além de outros nomes que integram a primeira fase da história. Tudo está nas mãos do diretor artístico Gustavo Fernández que também comandou ‘Pantanal’ e faz o mesmo trabalho, deixando o público com água na boca, com cenas belíssimas, planos de câmeras e enquadramentos que são verdadeiras obras de arte e uma fotografia arrepiante. A trilha sonora também encanta e a abertura é um espetáculo à parte. Está valendo a pena renascer no horário das nove, em frente à TV.
Publicado na edição 10.816, de sábado a terça-feira, 27 a 30 de janeiro de 2024