Sorteio das casas populares do Jardim Itália, mostrou muitas histórias de vida e desnudou o Sistema Habitacional Nacional.
Domingo passado será um dia inesquecivel para mais de três mil pessoas. Parte delas, 421 famílias, conseguiram realizar a tão sonhada casa própria. Para o restante, a luta para conquistar o teto vai continuar, com chances de ser realizado em dois novos conjuntos habitacionais, Jardim Pedro Paschoal II e o novo conjunto da CDHU que será construido ao lado do Jardim São Carlos.
O fato do governo construir casas populares é pecularidade apenas brasileira. Em outros países, principalmente nos Estados Unidos, isto é função apenas da iniciativa privada. As pessoas entram em longos financiamentos para pagar seu lar. Os bancos emprestam este dinheiro porque funciona como crédito consignado, descontado diretamente dos salários. Por isto, quando o americano perde o emprego é obrigado a viver no carro ou na rua.
Na comparação do Brasil com outros países, é difícil não reconhecer que vivemos em um país melhor. Porém, poucos reconhecem, e pior, quando ganham uma casa popular acabam vendendo a preço de banana.
Por isto, foram até didáticas as longas horas de espera pelo sorteio da casa popular. Isto pode fazer muita gente valorizar muito mais a conquista. Há suspeita de que antigamente, em muitas cidades, bastava procurar um vereador, ou até o prefeito, para conseguir uma moradia. Felizmente, isto acabou, porque era injusto com os 90% restantes da população.
Porém, o Governo Federal precisa refletir, ao diminuir o déficit habitacional, progressivamente se este modelo de financiamento público é viável nas próximas décadas. Seria interessante mesclar com o modelo americano, com a possibilidade de conceder crédito mais barato, ligando-o ao emprego, com garantia de que a família não seja despejada pela demissão do trabalhador. Tavez um tipo de carência.
Para quem conquistou a casa popular, parabéns. Use o dia 15 de dezembro para comemorar, todo ano, com festa, porque moradia é bem fundamental para a família. Para quem ainda está na luta, não desista, há mais chances.
Publicado na edição nº 9636 dos dias 17 e 18 de dezembro de 2013.