

Dia 19 de junho é o Dia do Cinema Brasileiro e nossas produções, muitas vezes, são desvalorizadas. O brasileiro, por mania cultural (pasme) ou por puro preconceito mesmo, deixa de consumir o que é feito aqui dentro de casa para dar valor somente às produções internacionais.
Não que elas sejam ruins, muito pelo contrário, e equilibrar e valorizar o que temos dentro de casa é sempre bom, principalmente quando o serviço de casa é de altíssimo nível.
Por isso, separei uma lista com quatro filmes nacionais que, particularmente, gosto muito e que são pouco lembrados. Acredito que todos deveriam dar uma chance, com exceção da segunda indicação que coloquei por ser o melhor que ja vi.
‘O homem que copiava’
É um dos primeiros filmes nacionais que tenho lembrança de assistir e gostar. Apesar de uma trama forte, eu via e gostava e me apeguei muito a algumas cenas aleatórias, exemplo do começo da história, quando o personagem de Lázaro Ramos apresenta a personagem de Leandra Leal e narra o que ela faz todo dia na janela de sua casa: “molhar a bolacha Maria no leite”. O filme é de 2003, com direção e roteiro de Jorge Furtado e conta a história de um humilde operador de copiadora que se apaixona pela vizinha e, para conseguir se aproximar da jovem, se transforma num falsificador de dinheiro. Tá no Globoplay.
‘A floresta que se move’
Este filme de 2015 me chamou atenção porque marcou o retorno de Ana Paula Arósio ao audiovisual depois de um tempo de ter deixado os holofotes. Ela conta que se apaixonou pela personagem e realmente está impecável. Na história, o personagem de Gabriel Braga Nunes é Elias, executivo bem-sucedido que trabalha no segundo maior banco privado do Brasil. Um dia, ele conhece uma mulher misteriosa que afirma ser capaz de prever seu futuro e diz que ele vai se tornar vice-presidente e, no dia seguinte, presidente da empresa. Ao contar a história para sua ambiciosa esposa Clara (Ana Paula Arósio), ela sugere que o casal convide o presidente do banco para jantar em casa naquela noite. Só que o plano arquitetado por ela culmina em uma série de assassinatos. A direção é de Vinícius Coimbra e está no PrimeVideo.
‘Central do Brasil’
Eu julgo este como um dos melhores filmes nacionais já criados. Fernanda Montenegro foi indicada ao Oscar por sua atuação e não foi por acaso. A maior atriz do Brasil está esplêndida como Dora, uma amargurada ex-professora que ganha a vida escrevendo cartas para pessoas analfabetas, que ditam o que querem contar às suas famílias. Ela embolsa o dinheiro sem sequer postar as cartas. Um dia, Josué, o filho de 9 anos de uma de suas clientes, acaba sozinho quando a mãe é morta em um acidente. Ela reluta em cuidar do menino, mas se junta a ele em uma viagem pelo interior do Nordeste em busca do pai de Josué, que ele nunca conheceu. O filme é de 1998 e tem roteiro de Marcos Bernstein e João Emanuel Carneiro e direção de Walter Salles e está disponível no Globoplay e na Netflix.
‘O vendedor de passados’
Este filme me fisgou pela protagonista vivida por Alinne Moraes. Sou fã. A parceria dela com Lázaro Ramos está impecável e o filme conta a história de Vicente, que ganha a vida criando novos passados, por meio de documentos, fotos e vídeos. Sua vida muda quando uma cliente linda e misteriosa aparece em seu escritório e encomenda uma nova história, fazendo apenas um pedido: ter cometido um crime.
O filme é repleto de tramas misteriosas, com uma personagem bem construída por Alinne que deixa você aguçado pelo final e ele consegue surpreender. É um filme de 2015, com roteiro de Isabel Muniz e direção de Lula Buarque e está disponível no Star+.
Publicado na edição 10.852, de sábado a sexta-feira, 22 a 28 de junho de 2024 – Ano 100