
Fechamento de escritórios da Cetesb e do Ibama servem de alerta para todos os prefeitos.
É comum dizer que Barretos levou muita coisa boa que Bebedouro detinha em termos de órgãos governamentais. Raciocínio pequeno de quem acredita na rivalidade entre as duas cidades. Na semana passada, aconteceu um fato que derruba esta teoria tacanha. O Governo de SP determinou o fechamento do escritório regional da Cetesb, em Barretos. Para piorar, há ameaça de que o Ibama também encerre o atendimento em Barretos. A região ficaria subordinada a Ribeirão Preto ou São José do Rio Preto.
Primeiro, precisamos refletir que os fechamentos destes escritórios prejudicam não só os barretenses, mas também os bebedourenses e os moradores das demais cidades da região. Empresas e prefeituras precisam de licenças e laudos do Ibama e Cetesb para funcionamento. Se o tempo de resposta já não era uma maravilha quando em Barretos, imagine em Ribeirão ou Rio Preto, que certamente ficarão sobrecarregados.
Tudo isto é reflexo do alto custo da máquina administrativa do Governo de SP. Durante os governos de Orestes Quércia e Fleury, houve aumento da estrutura governamental e consequente criação de cargos. Com eleição de Mário Covas houve enxugamento com privatização de bancos, estradas e empresas estaduais. Teoricamente, o dinheiro da venda serviria para sanear por bom tempo as contas, mas passados 20 anos, os indícios são de que será necessário reduzir mais ainda o tamanho do governo. Por isto, o anúncio de fechamento de delegacias, bases da Polícia Rodoviária e agora do escritório regional da Cetesb. No caso do Ibama, este é subordinado ao Ministério do Meio Ambiente, então a explicação tem de ser dada pela presidente Dilma Rousseff.
Cabe à região, principalmente aos prefeitos e vereadores, inclusive aos filiados ao PSDB, a articulação para forçar o governo estadual rever a decisão. Se haverá economia para um lado, haverá gastos para os municípios. Se o que faz diferença é o custo dos escritórios, as prefeituras podem se cotizar para assumir esta conta. Porém, que não venham com a proposta de municipalizar a Cetesb. Primeiro,é preciso repartir o bolo fiscal para depois propor algo parecido.
Publicado na edição nº 9543 dos dias 7 e 8 de maio de 2013