Realizada no período de 3 a 7 de agosto de 1960, no terreno então existente na esquina da avenida Raul Furquim com rua Rubião Júnior, a 1ª Festa da Laranja tinha como objetivo tornar o município conhecido como grande produtor de laranja, tendo em vista que na época, dos 14 milhões de pés de laranja no Estado de São Paulo, 2 milhões estavam na região citrícola de Bebedouro. Havia seis packing-houses, responsáveis pela exportação das laranjas produzidas por 332 citricultores.
Foi neste contexto que a Prefeitura Municipal e a Casa da Lavoura se empenharam para realizar a Festa, contando com significativa colaboração de associações de classe, empresas exportadoras e produtores citrícolas.
Para viabilizar sua realização foi formada uma comissão organizadora, assim constituída: presidente, Hércules Pereira Hortal (então prefeito); vice-presidente, Paulo Ferreira da Rosa; 2º vice, Victor Rachel Toller; secretário geral, Aderval Pereira; 1º secretário, José Carlos Bruneli; 1º tesoureiro, José Caldeira Cardoso; 2º tesoureiro, Alberto José Caulino; membros: Rogério Alves de Toledo, Victório do Nascimento, Mário D. Homem de Melo, Luiz Martins de Araújo, Domingos Paro Filho, Orlando França de Carvalho, Aderval Guimarães Marques, Hely Simões e Otto Henrique Mahle. Além desta, foram formadas outras duas comissões, a de Propaganda e Divulgação e a de Concursos.
Em 18 de junho aconteceu no Bebedouro Clube, o baile de apresentação das sete candidatas ao concurso de rainha, cada qual representando uma empresa de ‘packing-house’, sendo elas: Izoraide Madeira (Goodwim Cocozza S.A.); Izabel Santana (Citrobrasil S.A.); Maria Dirce Fernandes (Citrodouro); Wilma Sanches Bution (Twedberg Kleppe S.A.); Irene Penha (Fischer S.A.); Maria de Lourdes Brochado (Cutrale Ltda), e Luiza Burio (Frigorífico Anglo S.A., de Pitangueiras). O anúncio da vencedora ocorreu no primeiro dia da Festa, sendo coroada como rainha, a representante da Citrodouro, Maria Dirce Fernandes.
A programação para os cinco dias da Festa foi bastante diversificada, tendo sido distribuída da seguinte forma:
– Dia 3: Alvorada; missa solene na Igreja Matriz; hasteamento das bandeiras; abertura da exposição de laranjas e proclamação dos premiados; mesa-redonda sobre a citricultura; rodeio; prova ciclística; coroação da rainha da Festa; corrida de pedestres.
– Dia 4: Exposição de frutas; homenagem da Citrodouro ao engenheiro agrônomo Silvio Moreira; conferência na Câmara Municipal pelos drs. Silvio Moreira e Ody Rodrigues; partida de bola ao cesto.
– Dia 5: Exposição de frutas; palestras com os drs. Sílvio Franco do Amaral e Celso Ferraz de Oliveira Santos; partida de bola ao cesto.
– Dia 6: Exposição de frutas; rodeio; gincana de lambretas; palestra com dr. Armando Martins Clemente; baile nos salões da Willys Overland do Brasil S.A., com a Orquestra de Enrico Simonetti, de São Paulo.
– Dia 7: Exposição de frutas, desfile das escolas e de máquinas agrícolas; gincana automobilística; partida de futebol; sessão solene de encerramento.
Após a finalização da Festa, as avaliações foram altamente positivas, tendo em vista a intensa participação da sociedade bebedourense e da região, tanto dos citricultores responsáveis pela produção e comercialização da laranja, como do público em geral, que prestigiou toda a programação.
Foram muitos os premiados na Exposição de Frutas Cítricas, que incluiu as seguintes variedades: baianinha, pera, natal, valência, hamlin, baia, barão, pera lima, lima da Pérsia, seleta, sabará, laranja azeda, grape fruit, limão, tangerina, mexerica branca, toranja e cidra.
Outro aspecto da Festa que chamou a atenção foi o desfile realizado no último dia, que além do Tiro de Guerra contou com a participação do Colégio Anjo da Guarda, Ginásio Estadual e Escola Normal Dr. Paraíso Cavalcanti e do Ginásio e Escola Técnica de Comércio Vicente César, que se esmeraram na preparação dos carros alegóricos, uniformes de gala e evoluções.
O sucesso desta primeira e a expansão da citricultura garantiu a realização de mais quatro edições da “Festa da Laranja” nos mesmos moldes, em 1963, 1968, 1970 e 1972, em diferentes locais. A partir de 1976 a festa foi ampliada e ganhou recinto próprio, tornando-se a Feccib – Festa Citrícola, Comercial e Industrial de Bebedouro.
(Colaboração de José Pedro Toniosso, professor e historiador bebedourense www.bebedourohistoriaememoria.com.br).
Publicado na edição 10.823, de sábado a terça-feira, 24 a 27 de fevereiro de
2024
