
Maria de Lourdes Nogueira Zucchi, mais conhecida como dona Lourdes Zucchi, nasceu em uma fazenda próxima à cidade de Cravinhos (SP), mas veio para Bebedouro ainda pequena. Sua juventude foi marcada por noites dançantes, filmes nos cinemas São João e Rio Branco, e um vizinho que ela nunca viu… Mas que tornou-se o homem da sua vida ao vê-lo pela primeira vez em 1948, em um baile no Bebedouro Clube. Seu nome era Idio Zucchi, um dos personagens de mais destaque de Bebedouro. Um ano depois casaram-se, e na lua-de-mel ele lhe deu um presente maravilhoso, na Cidade Maravilhosa: dona Lourdes viu o mar pela primeira vez! Entre um cafezinho e outro, a entrevistada do Gente conta à Gazeta sua história muito simples, vivida ao lado de um homem que já partiu e lhe deixou muitos ensinamentos e uma eterna saudade…

GB – Onde e quando a senhora nasceu?
Lourdes – Nasci na fazenda Manoel Amaro, perto de Cravinhos, no dia 9 de maio de 1926. Ela era do avô do meu pai. Aí papai comprou uma fazendinha também perto de Cravinhos, que se chamava Novo Destino, e nós ficamos lá. Eu devia ter uns 6 ou 7 anos no máximo, quando saímos da Novo Destino e fomos para a Manoel Amaro onde eu havia nascido, porque um tio do papai nos convidou para tomar conta. Viemos para cá em 1937.
GB – Aqui em Bebedouro morou em quais lugares? Onde preferiu?
Lourdes – Morei na av. Raul Furquim, nº 172 eu acho, compramos aquela casa. Depois o Idio abriu uma casa comercial, ele tinha licença para vender gás, fomos morar então na rua Prudente de Morais, próximo onde hoje é uma ótica. Aí mudamos para um sobrado, onde moramos 19 anos, e construímos uma casa na av Raul Furquim, nº 1330, que é enorme, onde moramos 24 anos. Gostei mais dessa última, porque a casa é mais gostosa, linda, fresquinha…
GB – Quem foram seus pais? O que faziam?
Lourdes – Meu pai era José do Vale Nogueira, fazendeiro, e perdemos tudo, porque ele ficou sócio de um irmão que não soube administrar e ficamos a zero. Aqui havia uma fábrica de macarrão, aí ele foi vender macarrão. Minha mãe era professora, lecionou na Conrado Caldeira, no Instituto de Educação Paraíso Cavalcanti e, a conselho do Idio, prestou concurso para diretora e passou, era Regina de Melo Nogueira.
GB – Quais lembranças tem deles?
Lourdes – Foram excelentes, maravilhosos, éramos cinco filhos, sou a segunda, papai e mamãe nunca pouparam sacrifício algum deles para nos dar um diploma, educação. Nós cinco nos formamos! Éramos três mulheres e dois homens, nós três fizemos magistério, meu irmão mais velho fez engenharia civil e o outro minas e metalurgia.
GB – O que herdou deles de mais importante?
Lourdes – Sempre nos deram bons exemplos, nos ensinaram a proceder corretamente, só temos que agradecer a educação, o exemplo que nos deram.
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Leia mais na edição n° 9430, dos dias 28, 29 e 30 de julho de 2012.