A mentira se fixa no Brasil

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Antônio Carlos Álvares da Silva

A situação da economia brasileira preocupa a todos. Especialmente, porque ataques políticos contra o governo Temer não param. As notícias são ruins e agravadas pelos partidos, que governaram o Brasil por 14 anos, até serem afastados do poder pela sucessão de escândalos de corrupção. Eles, na sua ânsia de voltar ao governo se socorrem de uma coleção de fantasias, para imputar ao governo Temer. Ele é acusado de todos os erros, que os Petistas cometeram. Para esse propósito, recentemente, eles se reuniram na “Frente Popular” em um teatro, na última segunda-feira de maio, para anunciar um “Plano de Emergência”, que sintetiza as medidas a serem adotadas, “para restabelecer a ordem democrática, enfrentar a crise econômica e salvar as conquistas do povo brasileiro”. Essa fantasia não apresenta nenhuma novidade. É a repetição das feitas nos governos petistas. Prometem repetir todos os atos dos governos Lula e Dilma, que levaram o Brasil a essa pavorosa crise atual, que causaram a paralisia econômica e o crescimento do desemprego aos atuais níveis. Nesse passo, muitos dos leitores poderão ponderar: Esse esquema não terá sucesso, porque os brasileiros sabem a verdade e não vão embarcar nessa balela petista. Disso, vem a conclusão: O conhecimento da verdade é o ponto crucial, para impedir o sucesso da campanha petista. Porém, é aí, que mora o perigo. O mundo todo e o Brasil em particular está totalmente exposto à disseminação de notícias falsas. Antigamente, essa disseminação se resumia à “imprensa marron”, mas, hoje, o Facebook e as redes sociais são permanentemente usados, para espalhar boatos, factoides, mentiras em sua atual versão: as chamadas “pos-verdades”, O grave é, que essa difusão da mentira não necessita de identificação dos autores. Embora, a conjuntura seja grave, não existem providências de natureza auto-regulatórias, de natureza legislativa e processual, para tentar enfrentar esse perigo. E o vacilante governo Temer não tem suporte popular, para tentar tomar tais providências. Ainda mais, que a discussão do assunto vai transitar no campo dos temas sempre sensíveis, da liberdade de expressão. Tal iniciativa precisaria de um político de prestígio. Mas, qual vai se arriscar em enveredar por esse caminho no momento? E a agravante é, como sempre acontece, as mentiras são sempre mais palatáveis de engolir, que as verdades cruas e sem sabor. Todo esse quadro, transforma as eleições de 2018 em um enigma. Especialmente, aqui, onde o eleitorado está sujeito a todas as más influências.

(Colaboração de Antônio Carlos Álvares da Silva, advogado bebedourense).

Publicado na edição nº 10138, de 10, 11 e 12 de junho de 2017.