A política destrutiva

Prof. Jorge Cardoso

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A política destrutiva não é uma exclusividade de Brasília. Nos 5.570 municípios do nosso país, a coisa não é diferente. No Brasil, as eleições municipais estão programadas para acontecer de quatro em quatro anos, e é nesse momento importante que podemos escolher os novos prefeitos e vereadores, porém é nesse período pré-eleitoral que as cidades tornam-se um ambiente hostil ao pensamento e ao diálogo, faltam projetos e propostas concretas para melhorar a vida das pessoas, entretanto não faltam hostilidade, mentira e manipulação da opinião pública, por parte dos grupos que almejam o poder.
Alguns grupos políticos geralmente disputam o controle da máquina pública aderindo a um discurso raso e com críticas destrutivas aos seus adversários. Raramente essas pessoas estão dispostas a realizar um debate de ideias para solucionar os problemas locais. Com isso, quem perde é a cidade.
Essa percepção de uma política tendenciosa e prejudicial aos interesses coletivos pode ser observada na nossa querida cidade. Com atenção podemos observar nas atitudes de algumas pessoas, que se apresentam como os salvadores da pátria, que esses indivíduos analisam os complexos problemas de Bebedouro, de forma obscura, opinam sobre tais questões geralmente pautados pelo senso comum, geralmente desconhecem o que de fato deve ser feito, não dominam a capacidade e a competência para executar o que é preciso, não apenas porque carecem dessas habilidades, mas também porque esquecem que precisam de um conjunto de fatores para realizar tal proeza.
Não podemos esquecer que muitos desses problemas têm raízes profundas no passado, entretanto, aqueles que afirmam ter a receita mágica para resolver tais problemas, foram os responsáveis por criá-los ou ampliá-los ao longo da história, devido às suas atitudes e ou às suas escolhas.
Porém, temos consciência que um grupo de pessoas acredita nesses “salvadores”, faz parte da nossa formação histórica e cultural, sempre almejamos alguém que possa resolver todos os nossos problemas em um passe de mágica, enquanto ficamos tranquilos e sem compromisso com as nossas obrigações. Entretanto, essa interpretação de mundo não pode prevalecer. Se você acredita na democracia, na força das ideias e na transformação que elas podem nos proporcionar, temos que fazer a nossa parte, precisamos acreditar que podemos ajudar a transformar esse paradigma, tenhamos consciência que a mais importante arma para desconstrução desses dogmas é o conhecimento, só ele pode extirpar esse devaneio da vida pública nacional. Não existe soluções de problemas pautados em frases de efeito, ou jargões populistas.
Se você acredita que é possível construir uma nova forma de fazer política, precisa acreditar que é preciso preocupar-se mais com as soluções dos problemas e menos com as eleições, é necessário trabalhar em prol da comunidade e parar de alimentar o ego daqueles que fazem de tudo para chegar ao poder, custe o que custar.
Acredite, aqueles que chegam ao poder apenas utilizando-se de críticas destrutivas e que nunca apresentam propostas de solução dos problemas, estão fadados a cometer os mesmos erros, ou pior, esses indivíduos geralmente não têm a capacidade de gerir a complicada máquina pública.
É comum essas pessoas falarem o que você gostaria de ouvir, porém tenha certeza que apenas proferir o que você deseja, não vai solucionar os seus problemas, está comprovado que esse é o caminho mais fácil, porém o menos eficiente. Atenção a esse debate raso, alguns espertalhões estão dispostos a falar frases de efeito apenas para ganhar o seu voto, mesmo sabendo que o caminho para solucionar as demandas da população é mais difícil, do que as suas anedotas sugerem, ao serem proferidas para confundir o eleitor.
Então, se você de fato não quer ser enganado, siga a minha sugestão. Busque o conhecimento (informação), participe da vida pública do seu município, pesquise sobre o que está acontecendo em fontes seguras. Se você acredita mesmo que é preciso mudar essa estrutura fisiológica da política nacional, participe dessa mudança, buscando conhecer as estruturas, as leis e as funções dos poderes. Não acredite nas bravatas proferidas para enganá-lo.
Eu espero que você, cidadão consciente, fique atento. Às vezes, as ações que você tanto condena, praticadas pelos agentes políticos em Brasília, estão sendo colocadas em prática, mais perto do que você imagina e, pasmem, com sua colaboração e permissividade.
E, para finalizar, gostaria de lembrá-los da frase do ex-governador de São Paulo – José Serra, que diz: “Na minha vida pública, já fui governo e já fui oposição. De um lado ou de outro, nunca me dei à frivolidade das bravatas, nunca investi no ‘quanto pior, melhor’, nunca exerci a política do ódio”.

(Artigo lido pelo autor, vereador prof. Jorge Cardoso, na sessão da Câmara de 3 de junho de 2019).

(…)

Publicado na edição 10403, de 15 a 19 de junho de 2019.