‘A Queda’ tem roteiro ágil e direção com muita ação e agonia

Marcos Pitta

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Agoniante - ‘A Queda’ é filme para ver acompanhado e somente para quem não tem medo de altura. (Reprodução/Internet)

Para aquelas pessoas que sofrem de acrofobia, ou seja, medo de altura, ou até mesmo aerofobia, medo de voar e climacofobia, medo de subir ou descer escadas, é importante saber que haverá incômodo ao assistir ‘A Queda’, o mais novo filme lançado nos cinemas no último mês e que cumpre, perfeitamente, a ideia do diretor e roteirista Scott Man de provocar a tensão máxima usando e abusando de recursos que, para alguns, ativam gatilhos.

A ideia do filme é simples, passa longe de ser algo inovador para o público que gosta deste tipo de filme. Mas, as artimanhas do roteirista conseguem se destacar com um plot twist bem interessante e capaz de surpreender a audiência.

Tudo começa quando Becky, personagem de Grace Caroline Currey, perde o namorado durante a aventura de escalar uma alta montanha. Traumatizada e mesmo após algum tempo do acidente, ela ainda não consegue superar a perda. Eis que sua melhor amiga Hunter, papel de Ginny Gardner, que também presenciou a morte do amigo, surge com a ideia delas escalarem uma antiga e desativada torre de televisão que será desmontada na semana seguinte.

Mesmo com medo, Becky aceita o desafio como forma de superar seu trauma e vencer mais esta aventura e as duas embarcam nesta difícil e emocionante trajetória que, sem demorar muito, transforma-se numa caçada interminável pela sobrevivência.

Ao chegarem ao topo da torre, as duas amigas se surpreendem com obstáculos e as escadas que as levaram até ao topo desaba. Sem ter como pedir ajuda e sem sinal no celular, as duas precisam encontrar uma maneira de descer e de serem notadas por alguém.

O fato do diretor também ser o roteirista ajuda bastante na hora da construção das cenas e na maneira de usar os efeitos cinematográficos, todos a seu favor, passando pela fotografia até chegar à sonoplastia bem interessante.

80% do filme se passam com as duas em cima da torre e, de imediato, o espectador pode se questionar como a história vai se sustentar até o fim, sem cansar. Vale a pena descobrir, pois o roteiro é bem desenvolvido e ágil, méritos também da direção e edição. A inserção de um drama pessoal no meio da história faz com que o público fique ainda mais atento para saber como a situação vai terminar.

Vale a pena assistir ‘A Queda’, é empolgante, agoniante e tem um plot twist muito bem planejado, que não foge às ideias propostas no começo, faz jus ao título e ao que foi prometido no trailer.

Publicado na edição 10.711, de sábado a sexta-feira, 29 de outubro a 4 de novembro de 2022.