
Experiência com estudantes em mesa redonda com o prefeito eleito, em programa ao vivo, na Rádio Bebedouro, deve se repetir com outros setores.
A história da política é dividida em fases. No começo do século XX, período da República Café com Leite – ou Velha República, os políticos dificilmente discursavam em público. Suas falas se restringiam a participações em eventos solenes e na maioria das vezes não diziam coisas do interesse da população. Nem precisavam, porque o voto era de cabresto. Bastava convencer o dono da fazenda ou da fábrica que funcionários e agregados votavam como paus mandados.
Com o golpe de 1930 e a entrada do presidente Getúlio Vargas no poder, começa a era em que os políticos eram obrigados a discursar em público. Melhor, eles deveriam ter oratória para falar bem nas emissoras de rádio – o meio de comunicação mais forte até a década de 60.
Com o surgimento da televisão, os políticos além de saber discursar estariam obrigados a ter boa postura. Surgiram os pronunciamento feitos em cadeia nacional. A presidente Dilma Rousseff (PT) insiste com o programa de rádio, Café com a Presidente. Mas a verdade é que ninguém presta muito atenção, porque o político faz discurso unilateral, com pouca chance da população interagir.
A experiência elaborada pela Gazeta em parceria com a Rádio Bebedouro, de convidar o prefeito eleito Fernando Galvão (DEM) para mesa redonda com a participação de estudantes foi inovadora por dois aspectos. Pela primeira vez, jovens puderam fazer perguntas livremente para um político com mandato.
O que foi realizado no sábado, deve se repetir com outros segmentos da sociedade. Mulheres, comerciantes, funcionalismo e outras categorias. Periodicamente, durante os quatro anos de mandato.
Estamos em uma nova era, quando os políticos podem ser questionados nas eleições e durante seus mandatos. Se isto for levado adiante é mais um canal de democracia participativa. E o melhor de tudo: não é um programa governamental, mas iniciativa da imprensa fazendo seu papel verdadeiro: informar sempre.
Publicado na edição n° 9471, dos dias 6 e 7 de novembro de 2012.