

Após cerca de dez anos promovendo ações de valorização da arte e cultura local, em 1968 ocorreu o encerramento das atividades do Centro Cultural de Bebedouro, deixando uma lacuna que só viria a ser suprida com a fundação da Associação Pró-Arte.
Criada por iniciativa de um grupo de jovens formado por João Batista Giglio Villela, Arturo Loureiro Cox e Fábio Paiva, juntamente como o promotor de justiça Eduardo Garcia de Queiroz, a primeira assembleia foi realizada em 12 de fevereiro de 1979 no salão da Associação Comercial, após realização de algumas reuniões preliminares para elaboração dos estatutos.
Conforme apresentado ao público, a entidade surgia com o objetivo de promover a cultura artística, publicar boletins periódicos, realizar conferências, cursos, concursos, saraus de arte e literatura, exposições de escultores, arquitetos, pintores, prosadores e fotógrafos, manter intercâmbios com outras instituições culturais, organizar um clube de cinema para exibição de filmes e estudos cinematográficos de cunho cultural e educativo.
A proposta era arrojada, pois pretendia abarcar os mais variados campos culturais e artísticos e para concretizá-la foi constituída a primeira diretoria: presidente de honra, prefeito Hélio de Almeida Bastos; presidente, Eduardo Garcia de Queiróz; vice-presidente, Victório Cardassi; 1º secretário, Antônio Carlos Ferreira; 2º secretário, Arturo Loureiro Cox; 1º tesoureiro, Sérgio Ferreira; 2º tesoureiro, Fabio Paiva; orador, Nivaldo Salvador. Conselho Deliberativo: Evaldo Soares, Belmiro Esteves dos Santos, José Caldeira Cardoso, João Henrique Rebelatto, Ruth Furquim Mendia, Ignes Trondi Habib, Osvaldo Pires, Pedro Pellegrino, Hely Simões e Manoel Gomes Areas.
Foram criados também os departamentos com os respectivos coordenadores: Música: João Batista Giglio Villela, Léa Pitelli de Souza Lima e Vera Tucci; Artes Plásticas: Carlos Eduardo Stamato, Aparecido Roberto Simões e José da Silva; Cinema: Vicente Rodrigues Fernandes e Quintino Garcia Filho; Fotografia: Deoclécio Martins Silva e Paulo Sérgio de Almeida; Teatro: Anita Giglio Villela e João José Arantes; Literatura: Waldemar Antônio de Mello, Paula Viana e Laércio Ravagnani; Divulgação: Antônio Fernando Tadeu Ferreira e Sílvio Sampaio; Dança: Vicentina Rezende.
Durante o período em que a Pró-Arte esteve em funcionamento, foram promovidos inúmeros eventos de valorização da cultura local, e como exemplo, a realização do “Encontro de Compositores Bebedourenses” no salão do Centro Espírita do Calvário ao Céu e que reuniu expressiva gama de talentos musicais.
Fizeram parte do programa as seguintes composições: “Hino a Bebedouro” (de Paulo Resende Torres de Albuquerque e Osvaldo Schiavon); “Ave Maria” (de Pedro Paschoal); “Te amo” (de João Henrique Rebelatto); “Samba Destoante” (de Hamleto Stamato); “Falta alguém no meu domingo” (de Léa T. Pitelli de Souza Lima); “Descaminhos” (de Edgar Pierini Júnior e Wiliam Paganelli); “Marcha Belle Époque” (de Aparecido Simões e João B. Giglio Vilella); “Andeiro” (Benedito Ribeiro – Mau Mau); “Palhoça Abandonada” (de Carlito Zugaro); “Ao cair da tarde” (de Pedro Pelegrino e Alberto Lessa); “Prece de ausente (de Pedro Pelegrino e Alny Antônio Guimarães); Ternura (de Pedro Pelegrino e T. Ibraim).
Assim como esta, outras promoções marcaram a história da Pró-Arte, como o “Festival Regional de Folia de Reis”, realizado em 1983 no Ginásio Municipal; “Concurso Desenhando na Praça”, nos anos de 1985 e 1986 na praça Barão do Rio Branco; inauguração da “Casa da Cultura Waldemar Antônio de Mello”, em 1987; música erudita na programação da 10ª edição da Feccib, em 1990; concerto beneficente “Um piano para Bebedouro”, no Plaza Inn Hotel, em 1991; diversas edições da “Semana Cultural Maestro Pedro Pelegrino”.
No entanto, o maior problema enfrentado pela Pró-Arte foi a carência de recursos, pois nem sempre contou com apoio do poder público. Uma das saídas foi o lançamento, em meados dos anos de 1980, de campanha para adesão de sócios contribuintes, sendo que dezenas de pessoas se associaram. No decorrer dos anos persistiu a falta de verbas e de estrutura, o que resultou na redução da atuação da Associação e, posteriormente, já na década de 2000 houve a total paralização das atividades.
(Colaboração de José Pedro Toniosso, professor e historiador bebedourense,
www.bebedourohistoriaememoria.com.br).
Publicado na edição 10.975 de sábado a terça-feira, 13 a 16 de dezembro de 2025 – Ano 101




