
Pioneiro do balé clássico em Bebedouro, Mauro Penna movimentou a Cultura da cidade com seus projetos.
Bebedouro perde aos 80 anos, um de seus maiores ativistas culturais e um grande bailarino, Mauro Penna que faleceu na noite de domingo, (8). Nascido e criado em Bebedouro, Mauro Penna era filho de Julio Ferreira Penna e Dona Tutuça, sendo seus irmãos Paulo, Maria, Lamar, Raul e João (in memorian). Foi o idealizador do Teatro Municipal ‘Mauricio Alves de Oliveira’, onde seu corpo foi velado. O sepultamento aconteceu na segunda-feira (9), no Cemitério Municipal de Bebedouro.
À frente de seu tempo, Mauro Penna dedicou-se à dança como bailarino e como professor. O resultado foi a formação de grandes talentos bebedourenses. Um deles é o renomado bailarino Anselmo Zolla, que aos 13 anos, aprendeu os primeiros passos com Mauro. “Você sabe o que é ver uma mãe presenciar os primeiros passos de um filho? É essa a relação que eu tinha com o Mauro. Ele me ensinou os primeiros passos, me indicou o norte, me mostrou o que era certo, qual caminho a seguir, e como manter um trabalho com dignidade e honra. Mesmo depois que me mudei para São Paulo, aos 17 anos, nunca me afastei dele. Sempre fui dedicado e grato a tudo que ele me fez. Ele me ensinou a viver no universo que estou inserido hoje”, conta emocionado.
Em 12 de junho último, Anselmo Zolla protagonizou o espetáculo ‘Samba, suor brasileiro’ no Teatro Municipal de São Paulo, que teve em sua plateia um convidado muito especial. “Dentro de mim senti que deveria fazer um espetáculo e trazê-lo para assistir. Porque aos 45 anos, ele nunca assistiu a um espetáculo meu. Insisti muito para que ele comparecesse em São Paulo, pois queria mostrar o trabalho que eu estava realizando. A presença dele foi o melhor prêmio que eu poderia receber. Ele ficou emocionado, e eu muito mais do que ele. Ter tido ele como professor e amigo foi um privilégio. Se eu estou onde estou é porque ele me abriu às portas”, exalta o bailarino Zolla, que continua: “Todo Natal passo com a minha família em Bebedouro, porém no Natal passado, pedi permissão à minha família para passar o Natal com o Mauro, em sua casa. Passei o Natal com o Mauro e com a Maria (irmã). No meio da ceia, ele me disse: ‘É muito importante para mim, ver que você virou um homem, um grande profissional e acima de tudo, um amigo’. Não tem dinheiro que pague um respeito deste. Ouvir isto de uma pessoa que te abriu as portas não tenho palavras”. Anselmo Zolla conta que pretende realizar ainda este ano, em Bebedouro, uma homenagem ao amigo e professor Mauro Penna. “Quando ele foi secretário da Cultura, ele me convidou muitas vezes para me apresentar no Teatro Municipal, mas por conta da agenda, infelizmente, não consegui atendê-lo”.

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Leia mais na edição n° 9423, dos dias 12 e 13 de julho de 2012.