
Bebedouro tem 4.288 pessoas infectadas pela Covid-19 desde março de 2020, segundo boletim epidemiológico de terça-feira (23). Destes, 3.719 residem em Bebedouro e 569 em cidades da microrregião. O boletim aponta ainda que 4.123 pacientes já estão recuperados (3.568 de Bebedouro e 555 da região) e 68 pessoas estão infectadas, cumprindo isolamento domiciliar. Outros 128 estão sob suspeita da doença. Os óbitos em decorrência da Covid-19 seguem em 97, desde sexta (19).
A ocupação de leitos em Bebedouro, no Hospital Estadual, está em 100%, com 20 pacientes em estado grave, segundo o gestor do Hospital Estadual, Everton Zem. Na Unimed, todos os 11 leitos também estão ocupados (100%). Há ainda um bebedourense em UTI de Barretos.
Nas enfermarias de hospitais da cidade são 20 pessoas no Hospital Estadual (100%), 10 no Municipal, cinco na UPA 24h e 12 na Unimed (80%). As internações não constam do total de infectados.
Prefeito pede agilidade para novos leitos
No domingo (21), o prefeito Lucas Seren e demais prefeitos do interior reuniram-se com o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, para discutir as principais dificuldades das Prefeituras diante da pandemia, das maiores taxas de internações e necessidade de restrição. “Cada cidade expôs seu problema para que o Estado assuma o compromisso de desenvolver projetos para auxiliar cada região”, diz o prefeito à Gazeta.
Já na segunda-feira (22), em reunião com Henrique Prata, da Fundação Pio XII, Seren debateu o que ainda falta para instalação dos 10 leitos de enfermaria no Hospital Estadual e outros 10 de UTI no AME de Barretos: “Pedimos agilidade para a instalação destes leitos, mas entendemos que o maior problema não é a falta de recursos, mas a falta de profissionais e equipamentos para colocar os leitos em funcionamento. Pensamos como Bebedouro e Barretos podem contribuir para acelerar o processo”, conclui Seren.
Cidades paulistas registram falta de insumos
Levantamento do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde aponta que poderá faltar oxigênio medicinal nos próximos dias em 54 cidades do estado de São Paulo, incluindo Bebedouro, não confirmado por gestores de saúde da cidade. Nestes locais, a previsão é a de que o estoque deva durar somente até o fim desta semana.
Além de Bebedouro, outras quatro cidades próximas estão na lista e todas pertencem à DRS-5, de Barretos. São elas: Olímpia, Severínia, Terra Roxa e Viradouro.
A secretária de Saúde do município, Silvéria Larêdo, garante que, no momento, o Hospital Municipal de Bebedouro não sofre com a falta de oxigênio: “O Brasil todo corre o risco de ficar sem estoque de oxigênio e breve, porque aumentou o número de pessoas precisando de suporte ventilatório e com uso por mais tempo, mas posso dizer que, até então, o que temos é suficiente”.
O gestor do Hospital Estadual, Everton Zem, também afirma não registrar falta de oxigênio: “Infelizmente, a falta deste gás medicinal já é sentida em muitos municípios, mas felizmente, em Bebedouro, não enfrentamos este problema, porque não trabalhamos com ‘torpedos’, que são cilindros de gás. O Hospital de Amor possui duas usinas de gás natural, que abastecem também nosso Hospital Estadual”, diz o gestor, acrescentando que, “nenhuma unidade de pronto atendimento ou empresas fornecedoras estavam preparados para a alta demanda, então, neste momento de calamidade, se não houver melhora dos números epidemiológicos, muitos locais podem registrar falta de oxigênio”.
Outro problema observado pelo relatório é que, no estado, há escassez de medicamentos para intubação de pacientes. Cidades como Campinas, Ribeirão Preto, Franca e Presidente Prudente correm risco de esgotamento de estoques de remédios, também, nos próximos dias. A alta nos preços de sedativos contribui para a falta. O medicamento Rocurônio, por exemplo, que custava R$ 16 em 2020, já foi encontrado à venda no mercado por até R$ 300.
Publicado na edição 10.565 de 24 a 26 de março de 2021.