
Antônio Carlos Álvares da Silva
Acredito, que o assunto não é de interesse da maioria. Porém, a TV e os jornais não param de falar nele. E a notícia é meu tema principal. Então, vamos a ele. Trata-se da campanha pela independência da Catalúnia. Ela quer se separar da Espanha. Os acontecimentos se sucedem diariamente, como se fossem capítulos de uma novela. Para sacramentar essa independência, o governo da Catalúnia marcou um plebiscito de consulta. Em resposta o Tribunal Constitucional da Espanha declarou esse plebiscito sem base na lei maior. Apesar dessa decisão, o plebiscito foi realizado, mesmo sendo reprimido pela polícia que é subordinada à Espanha. Nesse quadro, apenas 42% dos eleitores foram votar, tornando a consulta pouco representativa. Uma análise está mostrando, que essa independência atende apenas aos interesses de certos políticos locais e prejudica a Catalúnia. Mais que isso, é uma bomba para ela, que terá de constituir exército, polícia, judiciário ministério da Relações Exteriores e outros órgãos de representação, hoje da Espanha. Além disso, não poderá mais usar o euro, como moeda. Terá que criar uma exclusiva. Também, não terá mais relações de igualdade no comércio, com todos os países da União Europeia, com prejuízo apreciável. Para ver essa desvantagem, basta ver o exemplo da Inglaterra. Um referido popular decidiu pela saída do país da União Europeia.
Já se passaram dois anos e os britânicos não tomaram nenhuma providência, para se afastarem dos outros países, que compõem a União. Aliás, na Catalúnia, mesmo antes da independência ser efetivada, as consequências já estão acontecendo: Cientes das dificuldades, que iriam enfrentar, bancos e grandes empresas da Catalúnia já estão mudando suas sedes, para outras províncias, onde os futuros problemas não estarão presentes. As consequências acontecerão em todas as áreas. Vejam o problema do Barcelona Futebol Clube, com sede na Catalúnia e orgulho local. Ele não poderá mais disputar o campeonato espanhol, o que trará grande perda de renda e prestígio local.
A nitidez desses problemas me levou a concluir, que o presidente da Catalúnia e patrocinador da independência sabia desses problemas, quando marcou o plebiscito. Ele tentou um blefe. Queria, que o Governo Espanhol negociasse, concedendo novas vantagens ao governo local. Acontece, que a Espanha pagou o blefe. Não aceitou negociar. O impasse foi criado. Para sair desse embróglio, o presidente da Catalúnia tomou uma decisão inédita: Decretou a independência, mas, suspendeu seus efeitos, enquanto tenta novas negociações.
Conclusão: Por enquanto, evitou, que sua farsa virasse uma tragédia. Medida típica da política brasileira, onde tudo fica para depois.
Post scriptum: Depois, que eu entregar esse artigo para a redação, novos capítulos surgirão. A novela não pode parar.
Colaboração de: Antônio Carlos Álvares da Silva, advogado bebedourense