Cidade chega a 205 mortes por Covid, em 14 meses de pandemia

Os óbitos registrados nos cinco meses deste ano triplicam em relação aos nove meses de 2020. Casos positivos são o dobro do registrado no ano passado.

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De sábado a terça-feira (22 a 25), Bebedouro registrou 21 mortes causadas por complicações da Covid-19. Este é o recorde de óbitos neste curto espaço de tempo, totalizando 205 óbitos em decorrência da doença na cidade. Destes, são 15 homens entre 26 e 82 anos; e seis mulheres de 39 a 84 anos. Das 21 mortes, 11 aconteceram no Hospital Municipal, sete na UPA 24h, dois no Hospital Estadual e um em residência.

O número de pacientes positivados subiu para 7.124, de acordo com boletim divulgado pela Vigilância Epidemiológica, na tarde de terça-feira (25), sendo 755 de outros municípios. Destes, 6.680 estão recuperados. Há ainda 239 pacientes em monitoramento, isolados em suas residências. Outras 58 pessoas aguardam resultado de exames e não constam no total de infectados.

Na terça-feira (25), a ocupação de leitos em Bebedouro, na rede pública, estava em 90%, com 18 pacientes no Hospital Estadual. Na Unimed, os 10 dos 11 leitos disponíveis estavam ocupados (90,9%). Há ainda 20 bebedourenses em UTIs de outros municípios. As internações em enfermaria também seguem lotadas, sendo que 20 estão no Hospital Estadual, 20 no Municipal, 14 na Upa, e outros 18 na Unimed.

Evolução de casos e mortes

Em cinco meses de 2021, a cidade já registrou mais infecções pelo novo coronavírus que em todo período de pandemia de 2020. De 1º de janeiro a terça-feira (25), são 4.214 de contaminados pelo vírus, contra 2.155 de março a dezembro de 2020. No levantamento mês a mês, foram 755 casos em janeiro, 499 em fevereiro (-35,6%), 846 em março (+69,5%), 863 em abril (+2%) e 1.231 em março (+42,6%).

Já as mortes triplicaram neste ano, frente a 2020. Nos cinco meses de 2021 foram registradas 153 vítimas fatais da Covid, contra 52 nos nove meses do ano passado, desde o início da pandemia. Em janeiro foram 15 óbitos, 20 em fevereiro (+ 33,3%), 18 em março (-10%), saltou para 48 em abril (+166,6%) e 52 em maio (+8,3%), até terça (25).

Isolamento social

Nem mesmo o lockdown decretado pela Prefeitura Municipal permitiu que o isolamento social ultrapassasse a meta os 60% em Bebedouro nos últimos dias. Na quarta-feira (19), dia anterior à restrição, o isolamento estava em 35%; na quinta (20), subiu para 46%; na sexta (21), 51%; no sábado (22), subiu para 53%; no domingo (23), 56%; e na segunda (24), voltou a 51%.

“Estamos acompanhando estes índices em tempo real e, realmente, ainda não são os ideais. Se o lockdown não surtir o efeito esperado, novas medidas precisarão ser tomadas para conter a disseminação do vírus. Queremos acreditar que a circulação nas ruas seja devido às atividades que não foram suspensas, como Construção Civil, às entregas por delivery, porém, na quinta-feira (27), novas medidas serão anunciadas de acordo com os dados analisados em uma semana de lockdown”, afirma o chefe de Gabinete, Rogério Valverde.

Taxa de transmissão

Uma mensagem, dizendo ser assinada pelo Instituto Butantan, começou a circular entre os bebedourenses no início desta semana, através das redes, com taxa de transmissão em 1,4. O diretor de Gabinete esclarece que a nota possui “meias verdades”: “a informação que a Prefeitura recebeu veio do Instituto Adolfo Lutz e não do Butantan, mas é real que a taxa de transmissibilidade, até domingo (23), estava em 1,4, o que significa que cada 100 infectados contaminam outros 140”, esclarece Valverde.

A nota que circula nas redes diz ainda que Bebedouro possui 100% das amostras de pacientes infectados pela P.1, variante brasileira do vírus, mas de acordo com Valverde, não há levantamento sobre a presença das variantes no município, mas os dados da região apontam que já passa de 80%. Um novo levantamento do Adolfo Lutz, divulgado na terça (25), confirma: 85,94% das amostras de pacientes da regional de Barretos são da P.1.

Contra o lockdown

Mesmo diante da realidade de aumento de casos e óbitos pela Covid, as entidades representativas do comércio Aciab, SinComércio e SinComercirários, protocolaram na Câmara Municipal, em nome do presidente Jorge Cardoso, pedido que fosse colocado em votação entre os vereadores, para revogação do decreto do prefeito que institui o lockdown.

Em resposta às entidades, Cardoso respondeu em ofício: “não compete à Câmara Municipal promover a revogação de decreto de autoria do Poder Executivo, uma vez que tal modalidade normativa é ato privativo do prefeito municipal”. A resposta do presidente continua: “a decisão do Supremo Tribunal Federal conferiu aos chefes do Poder Executivo Federal, Estadual e Municipal a competência concorrente para legislar e estabelecer medidas administrativas e normativas em matéria de saúde pública”.

 

Publicado na edição 10.581, de 26 a 27 de maio de 2021.