

O Codevar (Consórcio de Desenvolvimento do Vale do Rio Grande), presidido pelo prefeito Fernando Galvão (DEM), apresentou, na terça-feira (13), petição para revisão de fase da Diretoria Regional de Saúde de Barretos, que na sexta-feira (9), regrediu da fase amarela do Plano São Paulo, para a laranja.
Galvão esteve acompanhado de prefeitos da região, como Barretos, Viradouro, Severínia, Colina e Vista Alegre do Alto, que juntos, apresentaram números que justificam o retorno das cidades à fase amarela, considerando os altos índices de isolamento social e dados específicos de cada cidade que compõe a DRS.
Participaram da reunião, integrantes do Comitê de Contingenciamento da Covid-19, sob a coordenação executiva de João Gabardo; o secretário de Saúde Jean Gorinchteyn; o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, e o deputado federal Geninho Zuliani (DEM), este que intermediou o encontro.
De acordo com Galvão, o Comitê recebeu a petição e os números apresentados pelo Codevar, que serão avaliados pela equipe médica, através de reuniões que seguem até quinta-feira (15). A decisão do estado sobre possível revisão da fase será anunciada em coletiva de imprensa, na sexta-feira (16), pelo governador João Doria e demais representantes.
Como justificativa para solicitar a revisão, os prefeitos destacaram que o principal motivo para regressão da regional, é a cidade sede de Barretos, que sozinha, possui quase metade dos óbitos registrados pelas 18 cidades.
A Gazeta comparou os municípios de Bebedouro e Barretos, os dois mais populosos da DRS 5, que estão inclusos no levantamento diário do Governo de SP: A média móvel de novos casos de Bebedouro, nos últimos sete dias, era de 7,85, enquanto de Barretos, quatro vezes maior: 28,85. Porém Barretos não tem quatro vezes a população de Bebedouro. A população de Barretos é 55% maior que Bebedouro.
Os índices de isolamento social da vizinha cidade, desde o início da pandemia, giram em torno de 35%; enquanto de Bebedouro manteve-se acima de 45%, tendo ficado sempre entre os cinco municípios mais bem colocados do estado.
A regional tem 18 cidades e os piores índices são de Barretos: Os números que o comitê apresentou para regressão da fase incluem aumento das internações e mortes. Segundo o Governo de SP, a região apresenta aumento de internações de +14%, com 80 pacientes internados por 100 mil habitantes, porém, Bebedouro tem a média de 15 pacientes internados em UTI.
Já os óbitos cresceram 44%. A média do Brasil é de 71,4 óbitos por 100 mil habitantes; são do estado, 80,4 mortes por 100 mil; e da DRS 5, são 85,36 óbitos por 100 mil habitantes, considerando que as 18 cidades somam cerca de 410 mil habitantes e 350 óbitos. Bebedouro teria 53 mortes por 100 mil habitantes, caso tivesse 100 mil moradores, enquanto Barretos tem 117 óbitos por 100 mil habitantes.
Nota-se que a cidade sede da DRS é a principal responsável pelo alto número de casos, mortes e internações que causaram o rebaixamento da região. O Codevar aguarda a análise do Governo de SP, para que a regressão para a fase laranja não prejudique os demais municípios, como Bebedouro, que possuem bons índices no enfrentamento à pandemia da Covid-19.
Atualização de casos
De acordo com boletim epidemiológico de terça-feira (13), Bebedouro já registrou 1.396 pessoas infectadas com Covid-19, desde março deste ano, segundo dados fornecidos pela Vigilância Epidemiológica do município. Dentre pacientes com diagnóstico positivo, 1.228 vivem em Bebedouro e 168, na região.
Há também 1.348 já recuperados da doença, sendo 1.180 bebedourenses e 168 moradores dos municípios da microrregião. Outros seis pacientes estão em isolamento, todos de Bebedouro.
O número de vítimas fatais da Covid-19 na cidade, que estava em 41, subiu para 42, no boletim de terça (13), com mais um óbito em hospital de Bebedouro. No total, 24 pessoas morreram em hospitais locais e 18 em unidades de saúde de outras cidades.
Há 15 bebedourenses em UTI, em tratamento do novo coronavírus na cidade e ainda nove infectados em enfermarias. Todos aguardam resultados para confirmação da doença.