Com 78% de ocupação dos leitos de UTI, Bebedouro regride para a fase vermelha

Etapa mais rígida só permite o funcionamento de setores essenciais como farmácias, mercados, padarias, lojas de conveniência, bancas de jornal, postos de combustíveis, lavanderias e hotelaria.

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Plano São Paulo – A secretária Estadual de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Patrícia Ellen, e o vice-governador Rodrigo Garcia, anunciaram a reclassificação para os 645 municípios do Estado. (Divulgação/Governo do Estado de SP)

Com a contínua piora nos indicadores da pandemia da Covid-19 no Estado de São Paulo, o governo estadual anunciou, na sexta-feira (22), regras mais restritivas aos 645 municípios paulistas.

Para conter o aumento de casos, internações e mortes em decorrência do novo coronavírus, a partir de segunda-feira (25), a região de Barretos, a qual Bebedouro pertence, juntamente com Bauru, Franca, Marília, Presidente Prudente, Sorocaba e Taubaté regridem para a fase vermelha do Plano São Paulo, com fechamento de comércio e serviços não essenciais. Na sexta-feira (15), a região de Marília já havia regredido à etapa mais restritiva do Plano e permanece. Esta é a segunda reclassificação extraordinária, em 15 dias.

Estarão na fase laranja a Grande São Paulo e as regiões de Araçatuba, Araraquara, Baixada Santista, Campinas, Piracicaba, Registro, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista e São José do Rio Preto. Entretanto, estas regiões terão restrições da fase vermelha em dias úteis, após 20h até 6h, e integralmente aos finais de semana e feriados. As medidas vão vigorar até 7 de fevereiro. Até lá, nenhuma região poderá avançar às fases amarela e verde, as mais flexíveis em relação ao atendimento presencial.

“O aumento no número de casos, internações e óbitos é extremamente preocupante. É a ciência, a saúde e a medicina que determinam os caminhos que temos a seguir para proteger vidas”, afirmou João Doria, em coletiva de imprensa, na sexta-feira (22), mencionando que as medidas foram recomendadas por cientistas e médicos do Centro de Contingência do coronavírus.

Segundo o governo estadual, a região de Barretos, que pertence à Diretoria Regional de Saúde 5, se mantém na fase amarela somente até domingo (24), enquanto registrou ocupação média de 55,8% dos leitos de UTI, mas esta proporção subiu para 78,3% e regride para a fase vermelha, cuja margem de corte é agora 75% dos leitos ocupados. O número de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, de 436,9, acima dos 360, também a enquadra nesta faixa.

A fase mais rígida só permite o funcionamento de setores essenciais como farmácias, mercados, padarias, lojas de conveniência, bancas de jornal, postos de combustíveis, lavanderias e hotelaria. Demais comércio e serviços não essenciais só podem atender em esquema de retirada na porta, drive-thru e entregas por telefone ou aplicativos.

Com os dados epidemiológicos semanais divulgados na sexta (22), a média estadual passou de 287,9 para 348,6 novos casos a cada 100 mil habitantes. A taxa de novas internações subiu de 49,3 para 54,1 a cada 100 mil habitantes, e as mortes foram de 5,8 para 7,1 a cada 100 mil habitantes. A aceleração no contágio preocupa o Centro de Contingência, que reforçou o alerta aos 46 milhões de habitantes de São Paulo.

“O cenário para os próximos dias não é tranquilizador, muito pelo contrário, são sombrios. Nós temos risco em São Paulo, se não tomarmos as medidas necessárias, em pouco tempo teremos dificuldade de oferecer leitos de UTI para pessoas que necessitem de tratamento. São Paulo apresenta um óbito a cada seis minutos”, alertou o coordenador executivo do Centro de Contingência, João Gabbardo.

De acordo com o secretário Estadual de Saúde, Jean Gorinchteyen, “a pressão sobre o sistema hospitalar é preocupante. A média de ocupação de leitos de UTI por pacientes graves de Covid-19 passou de 67,5% para 71,1%, com 18,9 vagas exclusivas para coronavírus a cada 100 mil habitantes. Assim, o Governo do Estado endurece o parâmetro de ocupação UTI Covid-19 de 80% para 75% para a fase vermelha e também está cancelando a realização de cirurgias eletivas”.

Publicado edição 10.548 de 23 a 26 de janeiro de 2021.