
A cidade precisa estabelecer medidas para acabar com as inundações.
Se alguém consultar os proprietários de imóveis do Jardim São Carlos e Parque Eldorado, todos vão alegar que pagaram pela infraestrutura de seus bairros. Porém, mesmo que os antigos loteadores argumentem, até judicialmente, que nada fizeram de errado, as fortes chuvas e os pontos de alagamentos os contradiz.
Mas a culpa não é somente de quem fez a comercialização dos terrenos, houve negligência na fiscalização da Prefeitura em todas as etapas das construções. Ironicamente, é o Poder Público, que vai ter de arcar com a instalação correta de galerias pluviais. E a conta será dividida com toda a cidade.
Porém, não dá para culpar só os empresários do setor imobiliário, quando a própria Prefeitura não fez a lição de casa. Até nos bairros mais antigos não há quantidade de bueiros suficiente para absorver o volume de água da chuva. O resultado é que as vias públicas tornam-se rios urbanos, interrompendo o tráfego e destruindo a pavimentação.
A repetição das inundações na região do Lago Artificial e nas margens do Córrego Bebedouro em 1983, 2006 e 2013, é fato consumado. A expansão urbana aconteceu no entorno das margens de córregos e do Lago Artificial. Quando chove, a água segue seu curso normal, atinge e destrói parcialmente residências, muros e avenidas que estão pelo caminho. Mas a cidade precisa sair desta óbvia constatação para adotar medidas que evitem a repetição do caos.
Pelos próximos 10 anos, os gestores públicos têm a missão de investir pesado na instalação de galerias pluviais. Como não há dinheiro sobrando em caixa, a saída será pedir ajuda aos governos estadual e federal.
Este trabalho é tão grande que vai exigir esforço dos gestores públicos pelos próximos 10 anos. Para que as obras deem resultado é preciso dar continuidade, independente de quem esteja no executivo e no legislativo.
Porém, a população precisa aprender que tem culpa no cartório neste cenário, por esta vergonhosa mania de despejar entulho e tudo mais que não serve, até sofás, nas ruas, sem se preocupar com os danos que estes atos podem causar. Falta educação, inclusive ambiental, mas isto também não é segredo algum. Por estes, e outros motivos, a cidade nunca ganhou Selo de Município Verde Azul, concedido pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
Publicado na edição n° 9513, dos dias 21 e 22 de fevereiro de 2013.