A história do rádio em Bebedouro teve início no ano de 1936, quando um grupo formado pelos jovens, João Eusébio de Moura, Messias Moreira, D’Artagnan Paschoal e André Paganelli se mobilizou para montarem a “Rádio Sociedade de Bebedouro” a qual foi instalada no andar superior do prédio onde funcionara o Banco Francês Brasileiro, na esquina da rua XV de Novembro com Prudente de Moraes, com início das irradiações em caráter experimental em fevereiro de 1937.
Sob a presidência de Tibúrcio Gonçalves Filho, a diretoria foi constituída por dezenas de pessoas, na área administrativa, técnica e artística. Apesar do empenho dos responsáveis e colaboradores para manter a emissora em funcionamento, mesmo experimentalmente, em junho de 1937 foi publicado na imprensa local um comunicado informando sobre denúncias que haviam sido feitas contra a Rádio e a decisão de suspender as transmissões.
Após um hiato de aproximadamente oito anos, em maio de 1945, a imprensa informou que o empresário Clodoaldo João Luiz de Martin havia adquirido os antigos “Serviços de Alto Falante de Bebedouro” com a intenção de viabilizar a fundação da “Rádio Bebedouro S.A.”.
A diretoria foi assim formada: presidente, Cel. Raul Furquim; vice-presidente, Luiz Martins de Araújo; superintendente, Clodoaldo João Luiz de Martin; tesoureiro, Vitor Rachel Toller, secretário, Aldo D’Arbo.
Depois da constituição da sociedade e diretoria, além da obtenção da licença para instalação da emissora por meio de decreto de janeiro de 1946, os esforços se voltaram para a parte técnica, cabendo a montagem da estação ao técnico Sílvio Lainetti. Para a instalação das torres e aparelhos transmissores o Cel. Raul Furquim fez a doação de um terreno de dez mil metros quadrados, localizado nas proximidades da Vila Paulista.
Com o prefixo ZYG-6, iniciou as transmissões em caráter experimental em 24 de junho de 1946, no horário das 4 às 6 horas da manhã, tendo como locutor o radialista Hely Simões que anunciava aos ouvintes “Esta é a Rádio Bebedouro Sociedade Anônima, de Bebedouro, no Estado de São Paulo, transmitindo em caráter experimental na frequência de 1.580 kHz“. Dois meses depois, em 10 de agosto, passou a transmitir de forma definitiva, mudando posteriormente para a frequência de 690 kHz.
Os estúdios foram montados no andar superior do Palacete Zacarelli (atual Aciab) e o primeiro corpo de locutores foi composto por Nilson Rímoli, Monteiro Serra, Ivan Castellar, Carmem Sylvia e Paulo Martins.
No início de maio de 1948 foi inaugurado um novo auditório no mesmo endereço. Um programa especial foi organizado com participação de diversos artistas locais e de outros pertencentes ao elenco das Emissoras Associadas Tupy e Difusora de São Paulo. Posteriormente, o auditório passou a funcionar na praça Barão do Rio Branco, ao lado da Casa Paroquial, onde depois foi instalada uma agência da Caixa Econômica Estadual.
Do início da década de 1950 até 1967, a estação pertenceu à Rede Piratininga de Rádio, e em seguida, até meados dos anos 2000, esteve sob a direção do radialista Hely Simões e sua esposa, professora Eunice Colômbia Sottero Simões. Na sequência, a emissora foi transferida à família Galvão Moura, que foi responsável pela migração da frequência AM para FM, o que ocorreu em 2018.
Somente nos anos de 1980 surgiram novas estações, como a Rádio Iguatemi FM,
inaugurada em 3 de maio de 1981, ainda em fase experimental, sendo inicialmente de propriedade do grupo formado pelo ex-prefeito Sérgio Sessa Stamato, vereador Arnaldo de Rosis Garrido, publicitário José Carlos Batista do Carmo e radialista Roberto de Oliveira. Em meados dos anos 2000 foi adquirida pelo radialista e empresário Nivaldo Quessa.
Ainda na mesma década, surgiu a segunda emissora AM, Rádio Nova Bebedouro, inaugurada em 1 de dezembro de 1988, fundada pelo ex-prefeito Hélio de Almeida Bastos. Em maio de 2020 foi vendida para a família Piffer e no ano seguinte a estação migrou da frequência AM para FM, sendo então denominada Nova FM.
No ano de 1996 teve início a transmissão em caráter experimental da primeira rádio comunitária, denominada Caminho Seguro FM, com programação segmentada para o público católico. Nos últimos anos surgiram novas emissoras em FM e no formato web, completando o quadro existente nos dias atuais.
(Colaboração de José Pedro Toniosso, professor e historiador bebedourense www.bebedourohistoriaememoria.com.br)
Publicado na edição 10.811, de sábado a uma sexta-feira, 22 de dezembro a 12 de janeiro de 2024
