

Os Correios vêm a ser uma das mais antigas instituições presentes na história de Bebedouro, sendo que a primeira agência foi criada ainda no período do Império, conforme publicado em edição de 11 de novembro de 1888, do jornal Correio Paulistano: “foi creada uma [Agência do Correio] no lugar denominado Bebedouro, município de Jaboticabal, desta província”.
O recebimento e envio de correspondências foram facilitados com a instalação da ferrovia em Jaboticabal, no ano de 1893, quando houve a concessão para condução de malas postais daquele município até Bebedouro, dez vezes por mês, e deste para Barretos, cinco vezes por mês.
No entanto, desde os primeiros anos eram comuns as reclamações quanto à qualidade dos serviços, sendo que em 1900 foi registrado que o estafeta responsável pelo transporte das malas de Jaboticabal demorava dois dias para fazer o percurso de ida e volta entre as duas cidades, retardando a entrega das correspondências.
Nos anos seguintes, com a chegada dos trilhos, Bebedouro tornou-se um ponto de distribuição, as malas postais chegavam até a estação de Bebedouro e desta era encaminhada por estradas de rodagem para cidades vizinhas que ainda não eram servidas pelas ferrovias, como Barretos e São José do Rio Preto. Além disso, foram abertas agências postais nos povoados das imediações, como Monte Azul, Botafogo, Andes e Viradouro.
Nos primeiros anos de funcionamento dos Correios, não havia entrega das correspondências aos destinatários, e estes precisavam buscá-las na agência local, que inicialmente esteve localizada na rua Prudente de Moraes.
No entanto, havia muita insatisfação quanto à qualidade dos serviços prestados, sendo apontadas muitas irregularidades pela imprensa local. Entre outros problemas, ocorria o desaparecimento de correspondências; o acesso aos pacotes de cartas por terceiros; a falta de sigilo no local. Reclamava-se do barulho dos frequentadores e da algazarra das crianças, que dificultavam que se ouvissem as ‘chamadas’ no ato de distribuição. Era comum também a falta de selos de diversos valores, fato que muitas vezes inviabilizava as postagens.
Nos anos seguintes, conforme o aumento da demanda houve a necessidade de a agência ser transferida para novos endereços, sendo que em abril de 1911 mudou-se para a rua São João, esquina com a 13 de maio [atual Antônio Alves de Toledo] e posteriormente, em 1919, para a rua Cel. João Manoel, no. 417.
No início da década de 1920, conforme relatório elaborado pelo agente postal, Orlando Pulino, o movimento da agência local era superior ao de todas as cidades vizinhas, sendo uma das mais rendosas do interior. Mas a deficiência das instalações e do mobiliário associada à falta de funcionários resultava na precariedade do serviço oferecido. Desta forma, solicitava-se, entre outros, o aumento da verba para o aluguel do prédio, a criação de carteiros e a abertura de mais 30 caixas postais.
Em 1921 ocorreu uma reforma postal que resultou na criação do cargo de carteiro para a agência de Bebedouro, que se tornou responsável pela entrega das correspondências nos domicílios.
Nova mudança de endereço ocorreu em 1935, quando a agência se transferiu da rua XV de Novembro, no. 479 para a rua São João esquina com a Antônio Alves de Toledo, em prédio que fora recentemente construído.
Finalmente, em 1955, ocorreu a inauguração de um prédio próprio, no mesmo local em que a agência se encontra até a atualidade, à rua XV de Novembro no. 503, esquina com a Antônio Alves de Toledo. O terreno foi adquirido pela Prefeitura, em maio de 1950, na administração de Quito Stamato, sendo doado ao Departamento dos Correios e Telégrafos para a construção do edifício.
As obras tiveram início somente em janeiro de 1955, sendo concluídas no final do mesmo ano. O prédio, que possui a fachada no estilo arquitetônico neoclássico, foi inaugurado em 8 de dezembro de 1955, no mandato do prefeito Dr. Pedro Paschoal. Tendo sido construído com recursos do governo federal, consta na placa existente no interior do edifício o nome do então presidente da República, João Café Filho.
Em outubro de 1970, a praça onde se localiza a agência passou a ser denominada Prof. Jarbas Aymoré do Prado, que fora docente e diretor do Instituto de Educação Dr. Paraíso Cavalcanti.
(Colaboração de José Pedro Toniosso, professor e historiador bebedourense www.bebedourohistoriaememoria.com.br)
Publicado na edição 10.804 de sábado a terça-feira, 25 a 28 de novembro de 2023