Divagando sobre caras e nomes

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Antonio Carlos Álvares da Silva

Eu ouvi a frase, já há algum tempo, mas, ela não me causou impacto. Tempo depois, a escutei novamente e ela me impressionou muito mais. A frase é a seguinte: “Vejam a diferença: Nos Estados Unidos, o ministro de Minas e Energia é um prêmio Nobel desta área; No Brasil, é o Edson Lobão” (Hoje não é mais). Sei pouco sobre o Edson Lobão. Mas, o que sei não o abona. Ele é um político maranhense, cupincha do José Sarney. Todavia, minha birra principal, é com sua cara. É muito feio. Se só cara tivesse influência na política, ele não emplacaria, nem como suplente de vereador de Taiaçu. Mas, chegou a ministro da república, em uma das suas pastas mais importantes. Acontece que, em se tratando do governo Dilma, tudo pode acontecer. Calmamente, escondido atrás daquele seu bigodão branco, chega o José Sarney e joga o Edson Lobão no colo da Dilma. Nota: Não confundir, com o cantor Lobão. Este, mesmo com aquele ridículo cavanhaque caindo em forma de véu, ainda tem cara melhor, que a do Edson Lobão.
Até uma semana atrás, a campanha presidencial dos Estados Unidos foi um assunto relevante na TV brasileira. Uma das causas principais: A presença do folclórico Donald Trump, como candidato favorito entre os republicanos. Volto às divagações: A voz esganiçada e gritante do candidato me fez associar seu primeiro nome, com o Pato Donald, personagem de antigos desenhos de Walt Disney. Em razão de sua fortuna, talvez fosse mais apropriado associá-lo ao Tio Patinhas, nadando em sua piscina feita de dinheiro. Depois disso, voei ainda mais alto: Lembrei-me, que anos atrás, era obrigado a saber algumas palavras em inglês, para poder conversar com japoneses, alemães e nórdicos, que vinham visitar as indústrias de suco de Bebedouro. Com isso, aprendi, que a maioria das palavras inglesas têm vários significados. Curioso, fui procurar no dicionário o significado da palavra Trump (pronuncia-se Tramp), nome do candidato. Descobri, que significava “trombeta ou clarim”. Significa também “trunfo”, a carta do baralho, que vence as demais. Como verbo, trump significa tocar trombeta, enganar, iludir. Nessa hora, vejo você, meu paciente leitor, raciocinar: Que coisa esquisita. Em vez, de comentar a campanha presidencial, fica lembrando o significado de nomes. Vou ver, se consigo explicar: Eu sempre fui um escravo de associações de palavras e de ideias. Quando era moço, a moda era fazer trocadilhos, que se restringe a associar palavras de som parecido. Vou contar, como toda a coisa começou: A palavra trump ficou presente, porque me lembrei de uma canção de Frank Sinatra, em seu tempo de cinema. A canção chamava-se: “The lady is a tramp”. Traduzindo: A dama é uma vadia”. A associei, com o nome do candidato, porque “tramp” – vadia, vadio, tem praticamente a mesma pronuncia, que “trump”. Imediatamente, sempre nenhuma razão, associei a palavra vadio ao coitado do candidato. Além de todas justas críticas, que ele recebe, eu lhe sapeco mais essa. Ainda bem, que é da sabença de todos, que imaginação não tem freio. É da sua natureza voar, para qualquer lugar, sempre se associando a outras, encontradas em sua rota errática. O mundo tem mais de um milhão de anos. Nesse tempo muitas crenças se estabeleceram. Uma delas liga o destino humano aos números, outra o liga aos nomes. Se nome valer, os americanos vão se arder, com esse candidato fanfarrão.
(Colaboração de Antônio Carlos Alvares da Silva, advogado bebedourense).

Publicado na edição nº 9974, de 16, 17 e 18 de abril de 2016.