Como será que nossa mente se comporta diante das nossas emoções e sentimentos? Muita gente deve se questionar sobre isto ao longo da vida e o longa de animação Divertida Mente trouxe uma explicação ficcional e até contundente sobre o assunto em narrativa que conquistou milhares de fãs em 2015 e agora volta com tudo em 2024, lotando as salas de cinema de todo o Brasil.
A animação Disney Pixar é tudo, menos um filme voltado somente ao público infantil. A história de Riley pode e deve ser vista por todo mundo, independente da faixa etária. E para quem já havia se emocionado e tirado lições do primeiro filme, o segundo entra na nossa mente com ainda mais força trazendo novos sentimentos como a vergonha, tédio, inveja e ansiedade, complementando a central de comando da protagonista ao lado dos veteranos: felicidade, tristeza, nojo, raiva e medo.
Ao entrar em uma fase de maior interação social, para além de sua família, Riley tem sua autoestima abalada, assim como a construção do senso de si. Algumas questões são levantadas: Quem ela é? No que acredita? O que quer para o futuro? Quando suas duas melhores amigas revelam que vão mudar de escola, e ela tenta uma vaga no time de hockey, ela excede os limites físicos e mentais, culminando em uma crise de ansiedade e de pânico.
Assim como foi feito no filme anterior, mostrando a tristeza como parte essencial da vida humana, a animação busca o mesmo com a ansiedade, afinal, ela parece ser a vilã, mas seu poder sobre uma pessoa, sua personalidade e sua autoconsciência devem ser controlados.
O filme mostra bem como a ansiedade pode dominar os sentimentos fazendo com que todos os outros desapareçam e, com certeza, quem já enfrentou uma crise irá se identificar, de alguma maneira, com o que é retratado no longa.
É preciso lembrar, sempre, que se trata de ficção, portanto há um final controlado no filme e a protagonista consegue ‘solucionar’ suas questões e ter um autocontrole maior de suas emoções, tudo sob o comando dentro da sua mente.
Cabe aqui uma nota como sugestão, talvez, a Pixar poderia ter explorado mais o lado da busca pelo equilíbrio das emoções e mostrado Riley buscando ajuda profissional para lidar com seus sentimentos seria somente um ponto positivo a mais. No mais, a nota é 10 e todo mundo deveria assistir.
Publicado na edição 10.853, de sábado a terça-feira, 29 e 30 de junho, 1º e 2 de julho de 2024
