
Quantidade e alto custo dos acidentes de moto, convidam todos repensar medidas preventivas.
O alto volume de venda de motos, proporcionado por queda de impostos e linhas de financiamento, gerou óbvia expansão da frota e consequente aumento na quantidade de acidentes. Mesmo que este tipo de veículo seja comercializado com capacete, o acessório é insuficiente para evitar a imprudência dos motociclistas, agravado pelo constante desrespeito dos motoristas de carros que, sem dó nem piedade, fecham os usuários das duas rodas.
Para Bebedouro, o crescimento nesta quantidade de acidentes não é apenas fenômeno social, mas, também mais um item de preocupação na equação financeira para manter em funcionamento o Hospital Municipal.
Atender e cuidar de paciente, vítima de acidente de moto, não é barato. Envolve estadias no centro cirúrgico, anestesias, próteses, gessos, diagnósticos por imagens, etc.
Para piorar este quadro, os acidentados da região são também atendidos em Bebedouro, para o bem da saúde deles, mas, infelizmente, para as combalidas finanças da Prefeitura. O repasse do Sistema Único de Saúde é insuficiente para cobrir os custos. A conta só fecha com dinheiro da Prefeitura de Bebedouro, que é obrigada abandonar os demais investimentos.
Não há como resolver o problema com medidas isoladas. É preciso, primeiramente, que as autoescolas e as revendedoras de motos intensifiquem campanhas de prevenção para os futuros motociclistas. Até seria interessante testes psicológicos para checar se elas estão aptas a trafegar sobre duas rodas, porque o que se vê nas ruas beiram cenas de filmes de ação, com manobras arriscadas sem qualquer necessidade.
Cada acidentado enviado por outras cidades ou até por convênios particulares deveria vir acompanhado de contrapartida financeira. Quem sabe uma nova lei estadual obrigando este repasse das Prefeituras. Mesmo porque o problema por que passa o Hospital Municipal também atinge a Santa Casa de Barretos e o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.
Por fim, a sugestão da medida mais impopular, porém das mais eficientes, que seria a instalação de mais radares e câmeras para monitorar o trânsito. Cada dia mais sofisticadas, são capazes de registrar até placas de veículos em alta velocidade. Identificados os mais ousados, a atitude deveria ser a apreensão dos veículos, com liberação condicionada a multas e obrigatória volta a cursos de reciclagem. Ultimamente, as pessoas só têm aprendido quando sentem a dor no bolso. Antes isto do que traumatismos cranianos ou sequelas de acidentes para toda vida.
Publicado na edição n° 9532, dos dias 9 e 10 de abril de 2013.