Entre 1960 e 1972 foram realizadas em Bebedouro cinco edições da “Festa da Laranja”, sendo as quatro primeiras realizadas em praças e adjacências (Praça Valêncio de Barros e Praça Carlos Gomes) e a última no Estádio Arnoldo Bulle.
Em 1976, no segundo mandato do prefeito Sérgio Sessa Stamato, surgiu a proposta de ampliar a Festa da Laranja, tornando-a “Feira Citrícola, Comercial e Industrial de Bebedouro” – Feccib. Em entrevista concedida por Alny Antônio Guimarães, idealizador e coordenador da Feira, a mudança possibilitava “maior amparo financeiro na esfera federal e estadual, além do apoio oferecido por bancos e firmas, não somente de Bebedouro, como também de diversas localidades”.
Efetivamente a Feira adquiriu outra dimensão, haja vista o próprio local destinado à sua realização. O Ginásio de Esportes Prof. Sérgio Batista Zaccarelli foi construído em tempo recorde, juntamente com a Praça de Esportes ou Estádio Municipal Sócrates Stamato, ambos inaugurados no primeiro dia da Feira.
A programação da I Feccib realizada no período entre 9 e 18 de julho, foi bastante ampla, incluiu uma parte específica voltada para a citricultura, com exposição de frutas cítricas e palestras técnicas. Para o público em geral, parque de diversões, desfile militar, fogos de artifício, praça de alimentação e dezenas de estandes de empresas de diversas áreas.
Mas a inovação que mais chamou a atenção do público e mobilizou milhares de pessoas todas as noites foi a organização de uma sequência de shows musicais com alguns dos artistas brasileiros mais conhecidos na época, contemplando vários estilos, proposta que tornou a marca de todas as edições seguintes.
O sucesso da festa pode ser atribuído também à intensa divulgação que foi dada, utilizando imprensa escrita, rádio e televisão. A cada edição, diversas personalidades do mundo político se fizeram presentes, incluindo Presidente da República (Gel. Ernesto Geisel); governadores do Estado de São Paulo (Paulo Egydio Martins, Paulo Salim Maluf, José Maria Marin), ministros de Estado (Antônio Delfim Neto, Murilo Macedo, Henrique Hargreaves), candidatos a presidente (Gel. João Batista Figueiredo), candidatos a governador (Antônio Ermírio de Moraes, Paulo Maluf, Mário Covas, Luiz Antônio Fleury Filho), entre outros.
Nas edições seguintes buscou-se uma diversificação nas atrações e além daquelas oferecidas na primeira edição da Festa, outras foram incluídas, como teleférico, boate, american-bar e pista de patinação, entre outros; sendo crescente o número de empresas expositoras.
Em 1988 foi inaugurado um novo recinto, o Parque Permanente de Exposições, que em 1994 recebeu a denominação de “Vereador Odilon Januário da Costa”. Desta forma, este passou a ser conhecido como “Feccib nova”, em uma área de 330 mil m2, quase seis vezes maior que o recinto anterior, que então, os bebedourenses passaram a referir-se como a “Feccib velha”.
Como parte da programação de diversas edições da festa ocorreu também o evento denominado “Encontro do Bebedourense Ausente”, no qual eram promovidos encontros entre cidadãos nascidos em Bebedouro, mas que então residiam em outros municípios, com organização de passeios pela cidade, apresentações artísticas e culturais, almoços e outros, sendo organizados por equipe da Prefeitura com parcerias de empresas e entidades locais.
Entre 1976 e 1986 foram realizadas oito edições da Feccib no Estádio Municipal Sócrates Stamato, sendo que inicialmente o evento ocorria anualmente, tornando-se bienal a partir de 1980. No Parque Permanente de Exposições “Vereador Odilon Januário da Costa”, entre 1988 e 1994 ocorreram quatro edições da Feccib, sendo então interrompida em decorrência da crise da citricultura que abalou seriamente as finanças do município.
Em 2001 ocorreu outra edição da festa que, assim como todas as anteriores, foi organizada pela Prefeitura Municipal, mas ao contrário das edições anteriores realizadas no novo recinto, os ingressos dos shows musicais passaram a ser cobrados. Posteriormente, como em 2011 e 2012, foram realizadas outras edições da Feccib pela iniciativa privada, no recinto do “Parque Permanente de Exposições”, em período menor e com menos atrações. Mas já era outro contexto e sem a opulência de outrora, a festa perdeu o glamour que havia conquistado.
(Colaboração de José Pedro Toniosso, professor e historiador bebedourense www.bebedourohistoriaememoria.com.br).
Publicado na edição 10.825, de sábado a terça-feira, 2 a 5 de março de 2024
