

Com capacidade de produção de 100 milhões de doses por ano, o Instituto Butantan e o governo estadual iniciaram, na segunda-feira (9), as obras da fábrica da vacina CoronaVac. A planta será construída com doações da iniciativa privada.
A fábrica brasileira terá aproximadamente 10 mil m² e poderá produzir outros imunizantes fabricados no Instituto Butantan, além das doses da vacina contra a Covid-19.
A previsão de conclusão das obras é de até 10 meses, com custo de R$ 160 milhões, sendo que até o momento já foram arrecadados R$ 130 milhões, doados por 24 empresas de diferentes setores da economia.
“A construção desta nova fábrica é um passo muito importante no enfrentamento da pandemia no Brasil e no mundo, consolidando o Instituto Butantan como liderança mundial em desenvolvimento e inovação tecnológica na área da saúde”, afirmou emocionado o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, mencionando que as doações estão sendo coordenadas pela organização social Comunitas, com o apoio da Invest/SP.
Na coletiva de segunda (9), Dimas Covas também ressaltou que, após autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e das autoridades sanitárias da China, o Instituto Butantan receberá as primeiras 120 mil doses da Coronavac. A data prevista para a chegada, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, é 20 de novembro (uma sexta-feira).
“A matéria-prima será transportada em bolsas de 200 litros dispostas em containers refrigerados, já que a CoronaVac não necessita de temperaturas negativas para seu armazenamento”, explicou o presidente do Instituto, explicando que o transporte da matéria-prima será feito por aviões fretados e comerciais para transportar a carga da China até o Brasil.
Ainda de acordo com Dimas Covas, até dezembro deste ano, o Butantan receberá 46 milhões de doses da CoronaVac, sendo seis milhões de doses já prontas para aplicação e outras 40 milhões que serão formuladas e envasadas em fábrica própria do instituto. Outras 15 milhões de doses devem chegar até fevereiro de 2021.
Em fase final de estudos clínicos no Brasil, a CoronaVac é considerada uma das vacinas mais promissoras no mundo, de acordo com OMS (Organização Mundial da Saúde), e está sendo testada em sete estados brasileiros, além do Distrito Federal.
Os testes envolvem 13 mil profissionais de saúde em centros de pesquisa de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Até o momento, mais de 10 mil pessoas já receberam ao menos uma das duas doses da vacina ou placebo.
Assim que os estudos clínicos comprovarem os índices de segurança e eficácia, a vacina será submetida ao registro da Anvisa para, somente depois, ser distribuída para vacinação da população.
Publicado na edição nº 10532, de 11 a 13 de novembro de 2020.