
Prefeito e vereadores precisam discutir alternativas para viabilizar manutenção da máquina pública.
Na tarde de sexta-feira (30), o diretor financeiro da Prefeitura, Josué Marcondes de Souza vai apresentar a situação financeira da administração municipal. Por opção política, tributos próprios só foram reajustados pela inflação, mas o custo da manutenção explodiu. Este desequilíbrio levará o governo a situação desconfortável no final do ano.
Faz parte do jogo democrático, a oposição gritar contra aumento de impostos e apontar como solução, a redução de contratados, como se num passe de mágica, isto resolvesse todos os problemas financeiros.
Historicamente, Bebedouro nunca investiu em reajuste de receita própria, beneficiado pelo farto repasse de ICMS e FPM. Porém, os tempos são outros, o país e a economia mudaram, portanto são necessárias medidas amargas.
Falta o senso comum, entre Câmara de Vereadores e Prefeitura, para não adiar o debate sobre a receita, e discutir de que forma elevarão os tributos, sem onerar o contribuinte, gradualmente para restabelecer o equilíbrio fiscal.
Tudo isto para evitar o discurso demagógico do final do ano, quando se votará o Orçamento Público. Mesmo os três vereadores de oposição, são de partidos que quando estiveram no Poder, aumentaram tributos.
O certo seria todos participarem da audiência pública desta sexta-feira. O atual diretor financeiro, Josué Marcondes de Souza, é testemunha viva de todos os desmandos em gestões públicas na cidade. Mesmo com sua tradicional cautela, para não ofender nenhum dos ex-prefeitos e o atual, vai responder a verdade e apontar como único caminho, o aumento da receita própria.
Quem pouco conhece do sistema público, vai bradar em redes sociais, jornais e emissoras de rádio que o certo é a Prefeitura pedir mais repasse aos governos estadual e federal. Quem diz isto, sem saber ou por maldade, esquece de falar que foi esta a estratégia dos últimos anos, porém, ineficaz para o tamanho do problema.
A Gazeta sempre se mantém crítica quando o assunto é elevação de tributos, porém, pondera se este é o único caminho a ser adotado, para manter o funcionamento de escolas e do Hospital Municipal.
Em contrapartida, a Prefeitura deve sempre explicar à sociedade, o que fará com os recursos, divulgando-os.
Publicado na edição nº 9699, do dia 29 e 30 de maio de 2014.