Homem: animal racional?

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“Quem não quer pensar, é fanático; Quem não pode pensar, idiota;Quem não ousa pensar, covarde” – Francis Bacon

Antonio Carlos Álvares da Silva

Um grande número de pessoas fica intrigado, com a fidelidade dos petistas em geral e dos sindicalistas em particular, com o PT. (Estão excluídos dessa lista os corruptos, os quais têm boa justificativa). Porém, em relação aos demais, não entendem essa persistência, diante dos atos do partido, contrários a seu discurso passado. Primeiro, foi com a dilapidação da Petrobras, que era a menina dos olhos de todos os simpatizantes. Quem não se lembra da ira deles, à simples referência à privatização da estatal. Feriam de morte os brios de todos os socialistas. Empossado no governo, o PT e partidos aliados a tornaram em um antro de corrupção e má gerência. Prejuízos enormes se sucederam, até o presente estado de insolvência. (Hoje é a empresa mais endividada do mundo.) Pode-se argumentar, que a situação da Petrobrás é constrangedora, mas, não afeta os petistas diretamente, já que não afeta o principal órgão sentimental de todos os mortais: o bolso. Os sindicalistas, inclusive os da Petros, sindicato dos petroleiros, continuam com todos os direitos conseguidos. Mas, nos últimos tempos, a situação se alterou. O noticiário tem publicado que: “ A gestão temerária dos Fundos de Pensão de várias estatais, especialmente da Petros – Petrobras – Funcep – Caixa Econômica Federal – Previ – Banco do Brasil e Postalis – Correios, causaram prejuízos de 84 bilhões de reais nesses fundos (Estadão, 13-9-16, A – 1). Se o estatuto desses fundos for cumprido, os seus sindicalistas terão que repor esses prejuízos, com desconto de seus salários. Aí está a questão: Os bolsos dos sindicalistas foram atingidos diretamente, eles pouco reclamaram e não se afastaram do PT. Qual a explicação, para tamanha fidelidade? Explicação racional não existe. Mordida no bolso dói e não tem remédio. A explicação esta no plano da crença e do fanatismo. Conheço uma, que merece menção, diante de sua origem: Foi feita por ninguém menos que Frei Beto, coordenador do Programa Fome Zero, em dezembro de 2015, em entrevista ao jornal digital Brasil 247. Ele afirma: “Lula ainda é o Messias; Poderia salvar o Brasil do retrocesso e promover a partilhado do pão e do vinho”. Dita por qualquer um, essa comparação bíblica não teria muita importância. Mas, dita por um frei, clérigo, que estudou a Bíblia durante longos anos em um seminário, ela mercê uma reflexão mais atenta. O assunto merece o comentário de um teólogo.
Eis o que diz Roberto Pereira Miguel, mestre de Religião da PUC: O termo “Messias”, originário do hebraico, em grego foi traduzido por “Cristo”; Significa ungido e nos remete a uma figura histórica, ansiosamente esperada, que seria responsável por uma mudança radical e definitiva na História, trazendo um período de paz e justiça na Terra”. Em seguida, esse teólogo faz uma longa crítica à afirmativa de Frei Beto, expondo as suas incongruências. Dispenso-me de descrevê-la (ver Estadão, 6/9/16, A-2). Ela é evidente por si mesma. Somente os petistas acham, que não. Lembro, mais uma vez, a frase de Francis Bacon.

(Colaboração de Antônio Carlos Álvares da Silva, advogado bebedourense).

Publicado na edição nº 10036, de 17, 18 e 19 de setembro de 2016.