Manifestação segue e Galvão decreta ponto facultativo na quarta

Supermercados não são reabastecidos e postos de combustíveis seguem sem previsão de recebimento de pr"dutos.

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8º dia - Na manhã de segunda-feira (29), manifestantes permaneciam nas entradas da cidade.

Em virtude da paralisação dos caminhoneiros, a Prefeitura decretou  ponto facultativo, na quarta-feira (30) e na sexta-feira (1º de junho). O prefeito Fernando Galvão (DEM) declarou que o ponto facultativo nas repartições municipais é uma das medidas para “contribuir com a economicidade dos recursos públicos neste momento. Estamos mantendo os serviços essenciais. Recolhimento de lixo dia sim dia não, suspendemos esta semana o recolhimento de entulhos, o transporte de pacientes somente em casos graves de transferências para hospitais da região e o transporte escolar também foi suspenso”, explica.

Portanto, a Prefeitura está racionando combustível para a manutenção dos serviços essenciais, como transporte de pacientes – em casos graves – e coleta de lixo que está funcionando três vezes por semana: segunda, quarta e sexta-feira. Já a coleta de entulhos nos bairros foi suspensa, assim como o transporte escolar que está suspenso desde segunda-feira (28). Estes serviços permanecem alterados até que a situação se normalize.

Na saúde, estão sendo realizadas apenas as transferências de urgência de pacientes em estado grave para hospitais da região e foi suspensa a entrega de leite nos postos de saúde.

Com a falta de insumos hospitalares em diversas regiões do país, a Gazeta foi saber a situação do Ibene (Instituto Bebedouro de Nefrologia), que faz hemodiálise, mas ainda não obteve resposta.

De acordo com a Polícia Militar Rodoviária, na manhã de segunda-feira (28), cerca de 200 caminhões permaneciam parados, mantendo a manifestação pacificamente, porém, visivelmente, este número é bem superior. Questionada, a PM não respondeu.

Durante o final de semana, além dos postos de combustíveis, os supermercados, padarias e mercearias eram os mais afetados. Arroz, feijão, leite e hortifrútis não são mais encontrados em muitos estabelecimentos. A venda está limitada e com poucas opções. Na manhã de segunda-feira (29), a situação permanecia: “Estamos trabalhando com 30% dos nossos produtos”, disse um funcionário. Em outro local consultado, supermercado da região central, a situação era melhor, algumas frutas e verduras ainda eram encontrados.

O terminal de distribuição de combustíveis de Ribeirão Preto, um dos principais pontos de reabastecimento de Bebedouro, segue na paralisação. Dois caminhões saíram escoltados pela Polícia, nas primeiras horas da manhã de segunda-feira (29), com destino a São Carlos e Barretos. Para abastecimento de veículos de serviços essenciais, outros dois caminhões estavam programados para sair com destino a Sertãozinho e Jaboticabal.

Um dos caminhoneiros em greve, em entrevista a Gazeta, diz: “Pode ser que tenhamos novidades no período da tarde, por enquanto a manifestação permanece”.

Missa

Grande parte dos caminhoneiros e seus caminhões está alojada na sede do Grupo de Amigos Carga Pesada (GACP), na Feccib nova. Na manhã de domingo (27), eles participaram de uma missa.

“É com muita gratidão que o Grupo Carga Pesada recebe os caminhoneiros. Este local é dos caminhoneiros. Queremos agradecer a população de Bebedouro e da região pelo gesto de solidariedade  aos amigos caminhoneiros que lutam por todos nós, em busca de um país melhor. Esta união está fortalecendo o movimento em prol de um País melhor”, disse um dos membros do GACP, Vanderlan Silva de Souza, durante a celebração.

“Não é só baixar o preço do óleo diesel, queremos diminuir a roubalheira que está acontecendo em Brasília. Infelizmente, os políticos roubaram da Petrobrás e eles querem que a população pague. Não podemos assumir esta dívida”, manifestou-se um dos caminhoneiros, ao microfone.