Antonio Carlos Álvares da Silva
Em artigo recente, me referi a certos detalhes de uma visita à Roma, que não mereceram destaque na mídia. Hoje, conto outro fato, com as mesmas características. A notícia principal mereceu larga divulgação: Foi a derrota do presidente da Bolívia, Evo Morales nas urnas. Ele está no poder há mais de 10 anos e pretendia um novo mandato, em 2019. Como a constituição do país não permitia, ele conseguiu aprovar a realização de um plebiscito – consulta popular através do voto – que aprovasse sua permanência no poder. Surpreendentemente, foi derrotado. A surpresa decorreu da circunstância, Evo, índio, goza de grande popularidade no país de maioria indígena. Acresce, que, ao contrário dos outros países dito populistas da América do Sul – Argentina, Brasil, Equador e Venezuela – a Bolívia é o único, que tem uma economia estável, sem dívidas, nem problemas estruturais. A explicação veio em um programa de assuntos gerais, às altas horas do último domingo. Ele é solteiro e tinha mantido um relacionamento conjugal, com Gabriela Zapata, uma boliviana loira, tipo vamp europeia, do qual nascera um filho. A parte importante da história: Ela era gerente de uma multinacional chinesa e conseguira celebrar vários contratos com o estado boliviano no valor de 566 milhões de dólares. Publicada essa ligação, ela foi presa e a popularidade de Evo sofreu um abalo, que provocou sua derrota no plebiscito. Moral da história: Índio, já não quer mais apito. Por isso, os chineses enfiaram uma loira vamp para percorrer o trecho de Evo na Bolívia.
De quem eles estão rindo?
A prisão do marqueteiro das 3 últimas campanhas presidenciais do PT, João Santana e de sua mulher Mônica, exibida na TV e mostrada nos jornais, focou uma face nova, daqueles presos, pela prática de delitos: Em vez de uma atitude constrangida e envergonhada, eles externaram um ar zombeteiro perante às câmeras, sorrindo debochadamente e fazendo caretinhas de escárnio e de galhofa. As explicações sobre a origem do dinheiro existente em suas contas externas seguiu a cena. Com a maior cara de pau, Mônica explicou, que eles receberam 35 milhões de dólares – 140 milhões de reais – na campanha de Hugo Chavez em 2013 (Estadão, 26-2-16-A-6). Mas, a maior piada veio depois: Declararam, que receberam milhões na campanha do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos. Será, que um presidente, que está no poder há 30 anos, iria gastar muito dinheiro, em uma campanha eleitoral? Declararam ainda, que toda essa dinheirama não foi declarada. O juiz Sérgio Moro mandou sequestrar 20 milhões de seus depósitos no Brasil. Nem isso, fez, com que eles perdessem a cara de divertimento. Só pode ser porque a Justiça deve ter pegado apenas o troco.
(Colaboração de Antônio Carlos Alvares da Silva, advogado bebedourense).
Publicado na edição nº 9957, de 5, 6 e 7 de março de 2016.