
Quando se vê tamanha devastação na cobertura vegetal que mingua e desaparece, a poluição atmosférica, do solo, da água e sonora, chega-se a um estágio de desalento do qual não é fácil sair.
Em compensação, há coisas acontecendo que permitem a retomada de uma discreta esperança. Por exemplo: Anderson Maurício, que mora em Vila Itaim, Zona Leste da Capital, criou uma horta em sistema de agrofloresta no quintal de sua casa.
Com isso, melhorou não apenas a sua saúde física e mental, como a dos vizinhos. Compartilha alimentos frescos com os moradores da região e conseguiu que vários também passassem a plantar. Viver com o produto da terra, sem agrotóxicos que matam, é o ideal para uma humanidade perdida em consumismo e fabricante não só de desertos, como de montanhas e montanhas de lixo.
A iniciativa espontânea e baseada no amor pela natureza é bem exitosa. Ela consegue fazer funcionar uma rede de troca de alimentos orgânicos. Ele é filho de feirantes, sempre teve contato com o cultivo de alimentos, mas fez também um curso de agrofloresta. Hoje são doze casas que participam do projeto. A implantação de uma horta orgânica em casa é prática simples e pouco dispendiosa. Iniciativa que representa ainda um caso de sucesso em educação ambiental na prática. Não basta ser simpatizante. É preciso ser de fato amigo da natureza.
Como vantagem, a obtenção de alimentos frescos e livres de venenos, a propiciar alimentação mais rica em fibras, vitaminas e minerais. Ajuda a prevenir doenças crônicas tais como obesidade, diabetes e hipertensão.
Mirem-se no exemplo de Anderson Maurício e formem também suas hortas orgânicas. Não é preciso grande extensão de terra para isso.
(Colaboração de José Renato Nalini, reitor da Uniregistral, docente da Pós-graduação da Uninove, Secretário de Mudanças Climáticas de São Paulo, Imortal da Academia Paulista de Letras, Desembargador aposentado, palestrante e conferencista).
Publicado na edição 10.975 de sábado a terça-feira, 13 a 16 de dezembro de 2025 – Ano 101





