Novos profissionais e mais capacitação para a saúde de Bebedouro com o novo curso de enfermagem da Etec

Inscrições para o vestibulinho 2024 estão abertas até 8 de novembro. Prova será em 10 de dezembro.

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Equipe – O diretor da Etec, Lucas Cruz, com a equipe da Etec de Bebedouro e do Centro Paula Souza no dia da inspeção e liberação do laboratório de enfermagem.

A Etec de Bebedouro segue sendo multiplicadora da educação em Bebedouro e se prepara para inaugurar mais um curso técnico, agora, em enfermagem. O vestibulinho para as turmas que serão abertas no primeiro semestre de 2024 já está com inscrições abertas desde segunda-feira (2) e seguem até 8 de novembro, às 15h. A prova será realizada em 10 de dezembro, às 13h30 e, além do curso de enfermagem, a instituição abriu vagas para administração, desenvolvimento de sistemas, serviços jurídicos e agronegócio, além das vagas para ensino médio com habilitação em administração, informática para internet, marketing, serviços jurídicos e recursos humanos.

Novo curso – Com laboratório equipado, curso de enfermagem será aberto na Etec de Bebedouro e escola abre inscrições para vestibulinho 2024.

 

Em entrevista à Gazeta, o diretor da Etec, Lucas Cruz, falou do processo para abertura do novo curso que vai de encontro à demanda que Bebedouro passou a ter com a abertura do Hospital Regional: “Este curso foi pensado, pela primeira vez na escola, em meados de 2009/2010, quando o diretor era Geraldo. Neste período estávamos no prédio antigo ainda, enquanto o nosso novo e atual estava sendo construído. Ele foi inaugurado em 2012/2013 e, neste espaço, já havia laboratório para receber o curso de enfermagem”, explica.

Mesmo com o espaço adequado, o diretor explica que para se abrir um novo curso, várias etapas são necessárias: “Precisamos idealizar, ver se tem demanda, montar expediente… Professor Geraldo finalizou sua gestão, entrou a professora Andréa, que também tentou abrir este curso e, por fim, na minha gestão, aconteceu do Hospital Regional estar sendo finalizado e com a inauguração, ampliou-se a demanda pelo profissional de enfermagem. Com isto, o HR nos procurou e este curso já estava no nosso radar. Com isto, nos unimos com o Hospital e fomos à luta pelo curso”.

Cruz explica também que a Etec de Bebedouro recebeu muito apoio para esta conquista: “Fizemos a documentação necessária, comprovamos a necessidade do Hospital, vimos que Bebedouro possui demanda interessante, fomos entender como funcionava este curso em outras cidades, como Barretos e Taquaritinga, montamos expediente, fomos atrás de outros apoios, além do HR e conseguimos da Unimed, Hospital Municipal, clínicas, laboratórios e da Prefeitura, que nos foi muito importante, eles nos fizeram doações e agradecemos demais à Secretaria de Saúde, em nome da secretária, Silvéria Larêdo, e também do prefeito Lucas Seren e do ex-prefeito Fernando Galvão que também nos deu total apoio”.

Com os esforços reunidos, o diretor conta que o curso foi aprovado: “O Centro Paula Souza já estava nos enviando alguns materiais para montarmos o laboratório e com mais recursos dos apoiadores conseguimos completar o que era necessário para a implantação do curso. Uma profissional do CPS veio até Bebedouro nas últimas semanas de agosto, vistoriou o laboratório e aprovou”.

Cruz segue dizendo que para a unidade de Bebedouro, é extremamente importante a inserção de mais um curso, desta vez, abrangendo a saúde: “Temos cursos na área de gestão, negócios e comunicação, duas veias que deram origem a esta escola e estamos sempre expandindo. Abrimos o curso de mecânica, que a professora Andréa deixou pronto na gestão dela, e agora estamos com a enfermagem. Nossa proposta é abrir demandas e conseguir atender nosso público da melhor forma possível, deixando a escola mais diversa, gerando mais possibilidades de emprego, enquanto fornecemos às empresas mais mão de obra qualificada”, finaliza.

Parcerias – Com parcerias da Saúde pública e privada de Bebedouro, Etec conquista curso de enfermagem. Primeira turma começa no início de 2024.

 

A Gazeta conversou ainda, com Leonardo Henrique Nogueira de Matos, que será o coordenador do curso na Etec. Atualmente, Matos é gerente de enfermagem do Hospital Regional de Bebedouro e conta como veio o convite para assumir o novo curso da Etec: “Sou formado em enfermagem bacharel/licenciatura, pós-graduado em urgência, emergência e unidade de terapia intensiva; mestrando pela Escola de enfermagem de Ribeirão Preto EERP-USP; membro da comissão inter-hospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplante (CIHDOTT); técnico em enucleação de Córneas (formado no HC- Ribeirão Preto “banco de olhos”); docente da Etec Barretos há nove anos. Durante o período de pandemia, estruturamos o Hospital Regional para atender pacientes de toda regional, vítimas da Covid-19 e nos deparamos com a escassez de profissionais de enfermagem, em toda região de Bebedouro, rapidamente recorri às unidades de ensino formadoras de técnicos em enfermagem e pude observar o quão deficiente é a mão de obra profissional. Como docente da Etec Barretos, fiz contato com os responsáveis da Etec Bebedouro para conhecer a estrutura da unidade e os cursos que eram ofertados, com a finalidade de fazermos parcerias e formar profissionais qualificados para o mercado de trabalho”, explica.

Matos diz ainda que ao entender que a unidade bebedourense não tinha o curso, mas que havia o desejo, começou a vislumbrar a possibilidade de abertura: “Uma vez que, na posição de docente e gestor de uma unidade hospitalar, verifiquei o quão necessário seria formar profissionais para composição do efetivo profissional de enfermagem do Hospital que, posteriormente, se tornaria um hospital geral para atendimento a toda população da região, com aproximadamente 450 mil habitantes. Com tudo dando certo, fui convidado para coordenar o curso”.

O coordenador conta que o curso será ministrado no período noturno com duração de dois anos, dividido em quatro módulos, com aulas teóricas e práticas, no laboratório estruturado na própria unidade de ensino: “A partir do segundo semestre de 2024, já iniciamos estágios supervisionados nos hospitais e em toda rede de saúde em Bebedouro”.

Sobre sua atuação no HR, o profissional diz que sua experiência ajudará na condução do novo técnico: “Atuo há mais de três anos como gerente de enfermagem, responsável por toda área assistencial/equipe multidisciplinar, formada por mais de 250 profissionais de saúde. Tenho certeza que minha experiência profissional de mais de 10 anos na enfermagem será de muita importância na formação ética e profissional dos futuros técnicos de enfermagem que atuarão em toda rede de saúde de Bebedouro e região”.

Matos diz ainda que visualiza Bebedouro se tornando polo de saúde importante para todos os municípios da região: “São oito municípios que dependem exclusivamente do atendimentos e suporte da rede de saúde de Bebedouro e hoje temos carência deste profissional. Com a implantação do HR, mais de 200 oportunidades de emprego serão ofertadas e não temos mão de obra formada e capacitada para ocupar essas vagas. Com abertura do curso temos esperança que, em breve, teremos profissionais bem formados para compor o efetivo profissional, sempre prezando pelos princípios e valores em suas formações, ofertando aos pacientes atendimento digno, respeitoso, ético e humanizado”, finaliza.

Setembro azul: Senac proporciona inclusão à pessoa surda, um direito de todos

A partir de 2024, instituição vai ofertar bolsas de 100% para curso de Libras.

O Senac Bebedouro, somente neste ano, formou 35 pessoas no curso de Libras e, a partir de novembro, a programação para 2024 será divulgada. A instituição anuncia que irá ofertar o curso com bolsas 100% gratuitas e que a carga horária será ampliada. Para ingressar no curso, é preciso ter finalizado o ensino fundamental 1 e ser maior de 13 anos. É necessário, ainda, saber ler, escrever e interpretar textos em português: “Este curso é para ouvintes que tenham interesse em conhecer o universo visual, aspectos da cultura e identidade das pessoas surdas e aprimorar a comunicação com elas”, diz a instituição.

Na grade, os alunos vão reconhecer aspectos da cultura, da identidade e do histórico da comunidade surda, além de leis de acessibilidade e tipos de surdez;  compreender o alfabeto manual e datilologia; aprender regras gramaticais para transcrição em Libras; explorar expressões faciais e corporais na comunicação; saber como se apresentar e apresentar pessoas; iniciar e manter conversas sobre diversos temas como profissões, espaços públicos, vestuário, esportes, alimentos, meios de transporte, entre outros; usar o sistema numeral, como valores monetários, hora e calendário; classificar singular e plural; contar histórias cotidianas ou literárias utilizando expressão corporal; noções de técnicas básicas de tradução do Português para Libras e de Libras para Português. Lembrando que ao final do curso e com a aprovação, o Senac entrega ao aluno certificado válido em todo Brasil.

A Gazeta conversou com Lucas Dias Dionísio, técnico de desenvolvimento profisisonal e coordenador do curso do Senac, que comentou a importância da oferta deste curso: “Atualmente, coordeno áreas de desenvolvimento social, design e arquitetura e áreas de aprendizagem e preparação para o mundo do trabalho, além do Trampolim, a preparação para o trabalho de pessoas com deficiências. Falar sobre inclusão no ambiente escolar, além de processo de resistência é um processo de falar sobre participação e presença de todas as pessoas nestes espaços, pessoas com e sem deficiência”, explica.

Dionísio diz ainda que a inclusão engloba todos e trata-se de um espaço que todos podem fazer parte: “Mais importante que pensar em inclusão é pensar em equidade, discutir como estas pessoas vão estar nestes espaços, se sao democráticos para todos e todas, as escolas precisam estar preparadas para receber estas pessoas, alem de capacitá-las. Este processo de incluir é, também, pensar no trabalho da estrutura, de como as pessoas estão preparadas e dispostas para receber pessoas. Por exemplo, temos um aluno surdo dentro da sala de aula com intérprete, temos a oferta de curso de Libras para professores e alunos em sala de aula para conversarem e  interagirem come este colega de turma que, acima de tudo, tem cultura e identidade própria que precisa ser valorizada”, explica.

Sobre a Língua Brasileira de Sinais e o curso oferecido pelo Senac, com bolsas de até 100%, o coordenador fala da importância do incentivo: “É um processo necessário, forma de, mais do que nunca, democratizar o ensino e o acesso da Libras à comunidade externa. Nós, enquanto Senac, encontramos esta maneira de democratizar e ampliar ainda mais o processo da inclusão e, principalmente, do respeito. Muitas vezes falamos de adaptação de pessoas a espaços, mas nós, enquanto instituição e pessoas, também precisamos nos adaptar à comunicação de pessoas surdas. Por isto, as bolsas são um processo intencional para que pessoas sejam multiplicadoras e consigam acessar pessoas surdas, melhorando a questão do pertencimento delas a todos os espaços”.

Dionísio finaliza dizendo que aprender Libras é um processo imersivo: “Temos acesso, não só à lingua como um todo, mas à cultura, à identidade… O estudo de uma lingua é um estudo histórico social linguístico, porque através do ensino de Libras e do contato com a lingua, temos acesso à cultura, à historia, de como a língua de sinais chegou ao Brasil e se transformou em Libras, todo processo histórico de lutas e resistência… temos que nos questionar, ainda mais quando falamos de setembro azul, que existe para celebrar a luta da comunidade surda. Por isto precisamos valorizar os espaços de pessoas surdas como as associações que existem para manutenção da cultura e da identidade. Aprender libras não é entrar na comunidade surda, mas é ser intermediário de contato e participação no mundo como um todo. Quando olhamos para isto, a presença da Libras é como se fosse uma dívida histórica de nós, ouvintes, para devolvermos às pessoas surdas aquilo que elas têm de direito, que é a lingua, a cultura e a identidade”, finaliza.