
A osteoporose faz parte de uma lista de distúrbios que gostam de nos chatear principalmente na idade avançada. Cerca de 10 milhões de norte-americanos, com destaque para as mulheres na pós-menopausa, são atingidos por ela. Outros 18 milhões possuem baixa massa óssea (osteopenia), condição que pode elevar o desenvolvimento do distúrbio. Como consequências, fraturas nas pernas, coluna, bacia e punhos são muito comuns. E, não menos triste, tais eventos podem precipitar a morte: dos 275 mil norte-americanos idosos que sofrem uma fratura por ano, 20% morrem em 12 meses em função de coágulos sanguíneos, infecções ou subnutrição.
Funcionamento da doença
A osteoporose poderia ser vista como um embate silencioso entre dois tipos de células do organismo humano, os osteoclastos (células de degradação óssea) e os osteoblastos (células de construção óssea), sempre com vitória para os primeiros.
Apesar das aparências, os nossos ossos não são elementos estáticos e sem vida. Eles estão a todo instante se desfazendo e se reconstruindo através desses dois tipos de células. Em 10 anos, aproximadamente, o organismo humano consegue repor todo o seu esqueleto, como se fizesse uma remodelação completa. E essa remodelação ocorre sempre numa mesma seqüência: uma fase de reabsorção óssea rápida (duas a três semanas) seguida de uma fase de formação óssea mais lenta (dois a três meses).
Durante a infância e adolescência a formação óssea se processa a uma velocidade maior que a reabsorção. Entre os 18 e 22 anos, a formação óssea chega ao pico e se mantém estabilizada até por volta dos 40 anos (algumas pesquisas indicam uma variação mais extensa de anos), quando começa a decair. Esse decaimento está relacionado a várias causas, entre elas, à herança genética, à perda de hormônios e hábitos alimentares e físicos.
Medidas preventivas e tratamentos
Há alguns anos, as pessoas com osteoporose costumavam descobrir que estavam a mercê desse distúrbio quando começavam a sentir dores pelo corpo ou quando costumavam quebrar partes do corpo com certa freqüência. Atualmente existe um sofisticado instrumento para diagnóstico prematuro da osteoporose chamado Absorciometria Radiológica de Energia Dupla (ou DEXA, na sigla em inglês). Além do diagnóstico por baixa radiação X, o instrumento é capaz de oferecer uma visão sobre as possibilidades de fraturas futuras em qualquer lugar do corpo. Em setembro de 2002, o U.S. Preventive Services Task Force se colocou positivamente a favor da radiografia DEXA, recomendando-a principalmente a mulheres com mais de 65 anos.
Em relação aos medicamentos utilizados, os que se destacam são os bisfosfonatos da classe anti-reabsorvente. Dois bisfosfonatos potentes, o alendronato e o risedronato, têm demonstrado alto poder não só de prevenir uma perda óssea maior, como aumentar a densidade óssea em 5% a 10% em três anos. Isso é o que diz Clifford J. Rosen, diretor executivo do Maine Center for Osteoporosis Research and Education, nos EUA. Ele afirma também que, ingeridos apenas uma vez por semana, os bisfosfonatos aparentam ser seguros exceto por acidez gástrica, uma vez que demais efeitos colaterais são raros.
Outro tratamento utilizado é a reposição hormonal (normalmente combinando o estrogênio com a progestina). Um estudo patrocinado pelo governo federal dos EUA revelou em julho de 2002, no entanto, que tal tratamento causava um pequeno aumento nos casos de câncer de mama, ataques cardíacos, derrames e coágulos sanguíneos. Forte ou não, tal argumento fez inúmeros tratamentos serem finalizados ou direcionados aos bisfosfonatos.
De qualquer forma, o futuro promete, pois testes pioneiros com o estrogênio sintético e outros produtos já são mais do que promessas. E independentemente delas (as promessas), é melhor cada um fazer a sua parte e cuidar do corpo como se ele fosse de fato único. Alimentação adequada e prática esportiva diária fazem uma grande diferença, principalmente para as pessoas com mais de 50 anos. Como diz o velho ditado, o futuro sempre vai cobrar o seu preço.
Publicado na edição nº 10027, de 25 e 26 de agosto de 2016.