
A restrição do uso de veículos do transporte escolar foi decisão mais do que acertada.
Para quem tem alguma dúvida, basta recorrer à lógica para se chegar à decisão certa. Este foi o caso da proibição do uso da frota de veículos escolares para outras finalidades. De fevereiro até junho, a economia aos cofres municipais totalizou R$ 267 mil. Se continuar neste ritmo até o final do ano, a redução de gastos chegará a quase meio milhão de reais.
Para se ter ideia do descalabro do setor na gestão passada, de janeiro a setembro de 2011, ocorreram 365 viagens com ônibus da educação, mais de uma por dia. Apenas 20 destas viagens foram com fins educativos. O restante, foram todas com trajetos para fora de Bebedouro para as mais diversas finalidades.
O incrível é que a proibição para uso da frota escolar, estabelecida pelo Ministério Público, existia desde abril de 2012, mas não era cumprida.
Há investigação em andamento, aberta a pedido da Promotoria de Justiça, para checar porque a proibição não foi cumprida e estabelecer punições. O assunto até pautou entrevista coletiva conjunta do MP e Prefeitura, mas ainda não foi alvo de investigação da Câmara de Vereadores. Uma pena.
A melhor notícia é que o dinheiro economizado está sendo usado para reformar escolas e creches. Se isto tivesse acontecido ao longo de quatro anos, só Deus sabe quantas novas vagas poderiam já ter sido geradas na rede municipal.
É lógico que politicamente é ruim negar pedidos. E tradicionalmente, o que mais se solicita é transporte gratuito. Mas acima dos interesses eleitoreiros, deve estar a responsabilidade administrativa. E no final das contas, quem concedeu tantas viagens não foi reeleito.
Publicado na edição n° 9574, dos dias 23 e 24 de julho de 2013.