Antônio Carlos Álvares da Silva
No artigo passado, fiz alguns comentários sobre a felicidade, que sempre nos é desejada pelos amigos e parentes cada ano novo. Critiquei a noção de felicidade de certas pessoas. Elas têm formas banais. Ficam resumidas ao amor a clubes de futebol, políticos e pastores e ódio aos concorrentes deles. O sentimento pessoal fica ausente. Fui indagado, quais as outras formas, que eu reputo mais individuais e próprias, acenadas no artigo. A resposta não é fácil. Alguém já disse, que a verdadeira felicidade não existe. O que a vida pode nos dar, são momentos felizes. Seu número vai depender da sorte e de nossa sensibilidade. Se você tem capacidade de sentir, com a beleza, com o amor e com a arte, pode ter mais momentos felizes. Vou dar um exemplo bem simples, passível de acontecer para qualquer um. Ouvir música é uma atividade da maioria. Um conjunto de circunstâncias pode criar uma atmosfera, em que determinada música pode nos provocar um sentimento e um prazer mais profundo e maravilhoso. Em outras situações, a mesma música não provocará sentimento igual. Certa vez, estive nessa condição, ouvindo o Adágio, Violino Concerto de Mozart. Escutei-o mais vezes, porém, o enlevo não foi de igual intensidade. O mesmo pode acontecer aos outros sentimentos. Diante disso, uma pergunta é inevitável: Como criar esse conjunto de circunstâncias e essa atmosfera necessários, para o afloramento desses momentos de felicidade? Não sei nenhuma fórmula, mas dois elementos sempre são importantes: A esperança e o sonho. Sem sonhar e ter uma ilusão é difícil esses momentos de felicidade, em toda a plenitude. É claro, que não basta sonhar e desejar, para ter momentos felizes. Mas, o sonho e o desejo, nos ajudam aumentar a sensibilidade e gostar mais da vida. Fica mais fácil entendê-la e entender as outras pessoas. São momentos fugazes. Não duram mais que um instante. O bom é, que amortecem a dureza da realidade diária. Enquanto a nave vai…
(Colaboração de Antônio Carlos Álvares da Silva, advogado bebedourense).