
Julio Cesar Sampaio
“Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Respondeu Jesus: Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. Mateus 18:21-22.
Muitas vezes, somos acometidos, em celeumas e desinteligências morais alheias onde uma das partes (ou ambas, pela lógica) sairá lesada pelo peso desta moral em desiquilíbrio. Logo virá a necessidade do perdão de uma das partes, geralmente a de maior bom senso…
Mas, isso não ocorre, geralmente, de imediato.
Pois bem, como devemos entender e saber a hora exata de perdoar?
Há tempos idos, o Mestre Nazareno viveu sua vida em plenitude esteada na virtude do perdão, deixando Ele, de forma explícita a todos a necessidade de tal ato de envergadura moral exemplar, notória a ser aplicada, SEMPRE! Será que era apenas palavras “lançadas ao vento” ou toda uma sabedoria a se burilar? Quando buscamos entender o valor da palavra perdão pela etimologia entendemos que a palavra significa: per + donare = permanente; perpétuo + doação… Portanto, perdão significa: tolerância e piedade com as ofensas alheias.
A questão é se seu coração está preparado ou não para perdoar (…).
Eis um grande problema, pois fisiologicamente falando, podemos de maneira elementar, acrescentar, ainda, que o ato de não perdoar engendra, a priori, na mente humana a compulsão para odiar, que se caracteriza por um estado de ‘obsessividade’ e submissão que escraviza a vontade e submete o desejo da pessoa. Em alguns indivíduos, a compulsão para odiar é mais forte que sua vontade de amar, perdoar e até de viver – o ódio é que comanda sua vontade e seu corpo.
A posteriori, quem não perdoa desenvolverá doenças psicossomáticas de fator emocional, sofrendo apenas pelo ato de não perdoar, que gerou: ódio e débito de cunho moral, perante sua consciência e espiritual perante Deus!
A questão não é se alguém merece ou não, se é digno ou não do perdão. A questão é se você possui a consciência, a abundância de amor: assim o perdão irá surgir dele espontaneamente.
Podemos concluir esse elementar raciocínio asseverando: PERDÃO – ANTES DE UMA VIRTUDE, UM ATO DE SABEDORIA!…
Você já pensou nisso?
(Colaboração de Julio Cesar Sampaio, Licenciado em Filosofia com pós-graduação no ensino de filosofia).
(…)
Leia mais na edição nº 9861, 4, 5 e 6 de julho de 2015.