
Toca o Hino, sobe a Bandeira Nacional e no pódio recebe a medalha de ouro olímpico, um atleta brasileiro. Este é o sonho do professor de Educação Física Claudomiro Procópio.

Gazeta de Bebedouro – Quando surgiu a vocação para Educação Física?
Procópio – A vocação surgiu com a minha aptidão atlética. Eu fazia atletismo. Corria 400 e 800 metros, quando tinha uns 15 anos.
GB – Foi revelado por quem?
Procópio – Comecei treinando com o professor Milton Graziadei, que hoje coordena as equipes do vôlei feminino do DME. Depois continuei sendo orientado pelo professor Robson Quitério. Eu sempre gostei muito de esportes. Na verdade, eu até quis trabalhar com Computação, cheguei a completar curso técnico nesta área. Mas em um determinado momento, bateu um estalo, prestei vestibular para Educação Física porque descobri que era aquilo que eu queria. A partir deste momento tudo começou a dar certo. No primeiro ano de faculdade, recém saído da Coopercitrus, fui chamado pelo Robson Quitério e pelo frei Eduardo Nitack para ajudar nas aulas de Educação Física. Foi minha primeira oportunidade, que marcou minha formação e visão da educação esportiva. O pessoal tem que entender que a criança precisa conhecer o que é atletismo, desde os sete anos, mas também gostar. À medida que passam as etapas, até chegar aos 15 anos, ai vai ter maturidade para ter disciplina.
GB – Como compara a estrutura antiga do esporte municipal com a atual?
Procópio – O atletismo do meu tempo de competição até agora, passou por várias fases. Onde está o estádio municipal Sócrates Stamato, tínhamos uma estrutura de treinamento de atletismo, mas sem qualquer iluminação. Recordo-me que a gente treinava completamente no escuro (risos). Lembro-me que a Festa da Laranja ainda acontecia na antiga Feccib. Colocavam na pista, umas cercas de madeira para delimitar a área do palco. E a gente corria por entre estes obstáculos, mas completamente no escuro. Passou-se o tempo, foi-se construindo o estádio para adaptá-lo à Internacional que tinha perdido o estádio próprio, o Arnoldo Bulle (adquirido pelo UniFafibe). Mas do jeito que aconteceu, trouxe perdas para o atletismo, porque tiraram muito da nossa estrutura, sem nos consultar. O atletismo sofre isto em todo lugar. O Brasil está competindo no Mundial de Atletismo, na Rússia, e pouca gente, a não ser quem é interessado e assiste pelo Sportv (canal por assinatura), sabe disto. E quando pergunto para os meus atletas, nenhum deles sabe de uma competição tão importante. Por ai, dava para ver a falta de espaço na mídia que o atletismo sofre. Se for um jogo de futebol, todo mundo é informado, mas o atletismo não tem esta divulgação. Reconheço que teve o lado positivo, com a chegada da Inter, que trouxe a iluminação. Retirada uma parte depois, mas ainda há condições de treino. Antigamente, havia estrutura aqui para salto em distância e gaiola dos treinos de arremesso de disco e martelo. De lá para cá, foi-se tirando tudo, com o alargamento do campo que já tinha as dimensões corretas. Mesmo assim, tivemos bons competidores em Bebedouro, a ponto de sermos convidados para disputar por outras cidades, como exemplo, Batatais. Fazíamos isto quando não tinha condições de competir por Bebedouro. Ninguém gostava de competir por outro município, porque somos bebedourenses, mas na época, não havia outra alternativa. E a ironia é que por Batatais, eu e outros atletas fomos medalhas de ouro.
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Leia mais na edição nº 9585, dos dias 17, 18 e 19 de agosto de 2013.