Quando mordida vira carícia

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Embora o Brasil tenha melhorado, após a desastrosa gestão de 13 anos da dupla Lula/Dilma, o país continua enfrentando grave crise socioeconômica. Muitas causas são apontadas: Desde nossa estrutura administrativa, onde convivem altos tributos mal gastos, com uma administração pesada, sobrecarregada por uma elite de funcionários, com direitos nababescos e salários altíssimos. Essa situação tem sido discutida ultimamente, embora não tenha produzido, qualquer solução mesmo parcial. Mas, existe um outro problema paralelo, prejudicando seriamente as finanças públicas, do qual pouco se fala, embora prejudique seriamente, qualquer melhora. Trata-se da existência de várias empresas estatais deficitárias, onerando gravemente nossa dívida pública. Essa deficiência tem muitas causas. Entre elas, destacam-se as seguintes: A – administração dominada por nomeações de origem política de altos salários despreocupadas com o equilíbrio econômico da sua gestão. B – Uso dessas estatais, para favorecer interesses particulares de uma elite de empresas privilegiadas, por favores de políticos, depois recompensados financeiramente, à margem da lei. O exemplo mais escandaloso disso aconteceu no governo Lula, na condução do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico – BNDES -. Os exemplos foram muitos e já entraram no esquecimento. Um, porém, continua relembrado, pela conduta de seus dirigentes. Trata-se do milionário empréstimo, a juros altamente subsidiados aos irmãos Joesley e Wesley Batista. Em decorrência desses empréstimos, esses irmãos passaram de simples negociantes de carnes em Goiás, para titulares de gigantesco conglomerado de frigoríficos e afins, com atividade nacional e internacional. Nesse aspecto, logo vem à tona a administração da Petrobrás: De empresa equilibrada, para um antro de corrupção e negócios escusos. Nesse ponto, adivinho a reação de meus leitores: “Tudo isso, nos estamos cansados de saber! Aonde você quer chegar?
Respondo: Vocês podem saber, mas, a maioria dos brasileiros não sabe, ou ignora as consequências. É que o déficit dessas estatais está se tornando insuportável, impedindo o Brasil de se tornar um país viável para grande parte de sua população. O único remédio seria privatizar, total ou parcialmente, a maioria delas. Por que isso não acontece? Existe o propósito do governo, tentando privatizar algumas. O está acontecendo com a Eletrobrás. Ela, ao contrário de todas as outras do setor elétrico, não consegue ser lucrativa. Todavia, os esforços neste sentido têm falhado pela oposição da classe política. Os políticos são sensíveis à opinião pública. Se havia alguma dúvida a esse respeito, uma pesquisa do jornal Valor, publicada dia 10 deste mês (Estadão, A-3) mostrou que 61% dos brasileiros não votariam em candidatos, que propusessem a privatização da Petrobrás, mesmo parcialmente – somente a parte da distribuição. E mais de 50% à privatização de outras estatais. É como se o dono de um cachorro, que todo o dia lhe dá várias mordidas, se recusasse a vendê-lo. A mordida do cachorrão virou carícia.

Colaboração de: Antônio Carlos Álvares da Silva, advogado bebedourense.

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