

A Secretaria Estadual de Saúde prevê para esta quarta-feira (3), a divulgação de novas estratégias para expansão de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) diante do avanço no número de internações em todo o Estado de São Paulo. O Hospital Estadual Regional de Bebedouro pode estar incluso nesta expansão.
“Nunca descartamos abrir hospitais de campanha, só que os moldes, neste momento, são diferentes do início da pandemia, em que precisávamos de enfermaria. Hoje precisamos de UTI, com isso as estruturas acontecerão dentro dos hospitais, porque nosso objetivo é não deixar os nossos pacientes desassistidos, mas ressalto a necessidade da população se envolver nesta responsabilidade, de usar máscara e evitar aglomerações”, ressaltou o secretário de saúde, Jean Gorinchteyn, mencionando o Hospital Estadual, instalado na cidade. “No interior, já temos os hospitais para Covid em Jaú, Araraquara, Bauru e Bebedouro, principalmente com apoio financeiro do Estado, além do hospital do Ame Barradas em Heliópolis”, completou Gorinchteyn, na coletiva de segunda-feira (1º de março), no Palácio dos Bandeirantes.
Para o coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, Paulo Menezes, a situação atual é preocupante porque a transmissão está muito alta e novas medidas restritivas podem ser anunciadas, nos próximos dias.
“Sem dúvida é extremamente preocupante o que estamos observando. Posso dizer que a velocidade de crescimento de internações que estamos assistindo, nos últimos dias, não tinha sido vista anteriormente neste um ano de pandemia. A transmissão está muito alta e a forma principal de reduzir a transmissão é evitar que as pessoas se encontrem. Para isso, existem as medidas restritivas. O Centro de Contingência está discutindo quais recomendações fará para o governo, mas acredito que será no sentido de maior restrição para a maior parte do Estado de São Paulo. Também já tinha adiantado, que estamos discutindo outras possibilidades, especificamente de ter uma classificação talvez mais restritiva do que a vermelha. Mas já adianto que a nossa classificação vermelha já é bastante restritiva e é muito semelhante à classificação mais restritiva de muitos estados e países, inclusive”, enfatizou Menezes.
O coordenador-executivo do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, João Gabbardo, disse que o Conselho Nacional de Secretários de Saúde solicitou ao governo federal toque de recolher nacional das 20h às 6h, incluindo finais de semana.
“Tivemos uma evolução desta pandemia de forma regional. Começamos com a região Norte, Nordeste, fomos para o Sudeste, parecia que não ia acontecer nada na região Sul e Centro-Oeste e terminou ocorrendo. Neste momento, estamos enfrentando uma realidade muito diferente. O país inteiro está colapsando. Todos os estados. Então, não é mais possível que as medidas fiquem na responsabilidade apenas dos gestores estaduais. É impossível que a gente continue o enfrentamento desta pandemia sem ter uma unificação de conduta”, criticou Gabbardo.
CoronaVac – O Instituto Butantan deve anunciar até o final desta semana, o resultado da eficácia da CoronaVac, contra a variante de Manaus
“O Instituto Butantan está concluindo a análise sobre a eficácia da CoronaVac contra a variante de Manaus. Já sabemos que há eficácia em testes feitos na China contra as variantes chamadas do Reino Unido e da África do Sul. Esperamos que até o final desta semana, tenhamos resultados para a variante de Manaus. Estamos otimistas, porque a Coronavac, como vocês sabem, é feita a partir de vírus inativado, não é uma partícula específica do vírus, de forma que, mesmo quando há estas mutações nas partículas, a chance da CoronaVac continuar a ser efetiva continua bastante alta”, declarou Paulo Menezes.
Custeio – O governo estadual deverá receber R$ 245 milhões por mês do Ministério da Saúde para custeio de leitos de UTI destinados aos pacientes com Covid-19 no Estado. Os repasses deverão ser realizados pelo Governo Federal em cumprimento à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que no sábado (27), deferiu liminar da Procuradoria Geral do Estado para retomada do custeio. Os repasses vinham sendo reduzidos e foram totalmente suspensos desde segunda-feira (1º de março).
Publicado na edição 10.559, de 3, 4 e 5 de março de 2021.