
A concessão dos pedidos de aposentadoria do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) tem apresentado algumas complicações por conta da digitalização. A cada dez solicitações, seis são indeferidas. Essa situação acontece em razão do uso de inteligência artificial (IA) no processamento dos benefícios, algo que vem ocorrendo desde julho de 2022.
O uso de IA proporciona mais rapidez aos processos, mas também pode gerar alguns problemas, já que até mesmo quem tem direito ao benefício pode ter o pedido negado em razão da falta de dados, pois o INSS vem usando esse recurso para realizar a análise das concessões. Ou seja, ocorre um processamento automático do requerimento. Para quem tem o cadastro atualizado, será rápido. Já para quem tem alguma informação faltando, o pedido tenderá a ser indeferido de forma indevida.
Essa nova forma de análise vem permitindo a diminuição na fila de pedidos, exatamente porque tudo acontece de forma automática. Em outubro, por exemplo, o estoque em análise contava com 976 mil pedidos, o menor nível desde 2008.
A média de deferimentos, porém, também vem diminuindo. Entre 2018 e 2021, por exemplo, ficava entre 51% e 55% dos pedidos. Já entre junho e outubro de 2022, ficou em 41%.
Para evitar que o pedido seja indeferido por conta da falta de dados, recomendo que o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) do segurado esteja sempre em dia. Normalmente, as pessoas não observam se o seu cadastro está incompleto. É preciso, portanto, checar e realizar eventuais complementações ou atualizações antes de dar entrada no pedido de aposentadoria e eventuais correções podem ser feitas pelo telefone 135.
(Colaboração de Tatiana Sampaio, advogada especialista em Direito Previdenciário, criadora do Método Advogada Referência, reconhecida pelo Marketing Jurídico Digital e Gestão de Escritório, professora e palestrante. https://tatianasampaio.com.br).
Publicado na edição 10.728 – Quarta, quinta e sexta-feira, 25, 26 e 27 de janeiro de 2023.