

O ex-presidente Michel Temer que, em razão de sua vivência política e administrativa, é uma das personalidades mais bem preparadas e respeitadas em nosso País, afirmou que o conveniente para a regularidade e o desenvolvimento do processo eleitoral brasileiro seria acabar com a reeleição para cargos executivos (presidente da República, governador e prefeito). E o disse com pleno conhecimento de causa porque, quando presidiu o País (2016/2018) em substituição a Dilma Rousseff, que sofreu impeachment, tinha o direito a concorrer à reeleição para um segundo mandato, mas preferiu abrir mão em favor da governabilidade. Entrevistado pelo Canal Livre da TV Bandeirante, disse que as preocupações e o preparo para concorrer à reeleição trazem problemas e prejudicam o mandato em andamento. A propósito, falou que o presidente Lula deveria “meditar duas ou dez” vezes de decidir ou aceitar concorrer em 2026, ano em que, se ganhar, estará pronto para assumir seu quarto mandato presidencial.
Temer adiantou que não será candidato a nada, pois em mais de 30 anos de carreira já ocupou todos os postos que um político pode almejar e tem sua missão como cumprida. Mas nem por isso se distancia completamente do processo. Já conversou com os governadores Ratinho Junior (PR), Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG), Eduardo Leite (RS) e Tarcísio de Freitas (SP), que despontam como possíveis candidatos ao Palácio do Planalto. Rejeita a postura de conselheiro dos virtuais concorrentes, mas apenas alguém que lhes transmita suas opiniões e observações para um bom desempenho. Entre elas a de que as candidaturas sejam lastreadas por um plano de governo ou País, pois, em sua opinião, isso é o que falta hoje para motivar o eleitorado e garantir o bom desempenho nas urnas.
O ex-presidente assumiu o governo num momento crucial, em que a presidente petista e o seu partido viviam problemas que culminaram no impeachment. Considera ter cumprido sua missão e feito um mandato que recuperou a estabilidade nacional.
A reeleição aos postos executivos foi instituída nos anos 90, quando o então empoderado presidente Fernando Henrique Cardoso dizia ser curto o mandato de quatro anos para a obra que tinha em mente realizar. Governou oito seguidos anos e deixou o terreno pronto para os petistas Lula e Dilma também acessarem dois mandatos seguidos (ela, contudo, não conseguiu chegar ao fim). FHC hoje se encontra em recolhimento voluntário devido a idade avançada e seu partido – o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira)– se desmancha. Perdeu dois governadores na última semana e poderá ficar sem o último nos próximos dias. Tenta montar federação com outras agremiações, mas isso ainda não ocorreu. Pela sua parte, o PT – Partido dos Trabalhadores, outrora concorrente direto dos tucanos, luta para se manter no poder apoiado na história e na força de que Lula ainda dispõe, apesar das pesquisas indicarem o declínio de seu prestígio.
A eleição de 2026 parece, cada dia mais, uma grande caixa de surpresas. Senhores e senhoras candidatos, aproveitem a disposição do experimentado homem público que é o ex-presidente Temer de colaborar com o aperfeiçoamento da política brasileira. Seus exemplos poderão representar a diferença entre a eleição e a derrota nas urnas. Não percam essa importante colaboração…
(Colaboração de Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves, dirigente da Aspomil (Associação de
Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo).
Publicado na edição 10.922, quarta, quinta e sexta-feira, 14, 15 e 16 de maio de 2025 – Ano 100