Uma campanha agressiva para ao final, vir o pedido de união

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Dilma Roussef (PT), 66, foi eleita presidente do Brasil com 51,6% dos votos e conseguiu dividir o país, Mas, em seu primeiro discurso como reeleita, vestida de branco (abandonando o vermelho do PT), acompanhada do seu 1º militante, ex-presidente Lula, também vestindo a cor da paz, conclamou os brasileiros a unirem-se, em tom conciliador. Mesmo que suas palavras não combinassem quase nada com sua impaciência com os militantes petistas que insistiam em comemorar cantando refrãos da campanha; e ela a pedir silêncio, dando mostras de que é a mesma Dilma de sempre.
Com uma campanha frustrante onde a tônica foi a agressividade e a desconstrução do adversário, a vitória apertadíssima de Dilma dá sinal claro que a presidente e o PT precisam rever conceitos e acordar.
Acordar para acudir uma economia em estado de coma; para uma reforma política urgente mas, sem desenterrar um plebiscito já negado pelo Congresso. Acordar para domar uma inflação que insiste em dar sinais de vitalidade; para dar transparência a números, estatísticas e gastos que vivem às escuras.
Acordar para não se enrolar mais ainda no caso de corrupção, envolvendo a maior empresa brasileira, a Petrobras, que exige lisura para continuar a ser a maior empresa brasileira; acordar para os arroubos no desmatamento da Amazônia.
Acordar enfim, para ouvir os reclamos dessa outra metade dos brasileiros (ou os 48,4% de eleitores) que não a queriam de volta ocupando a cadeira de presidente. Dentre estes estão os 69% de eleitores de Bebedouro que optaram pela alternância no poder, porque insatisfeitos, principalmente, com a estagnação da economia, totalmente à mostra, no estado mais desenvolvido e industrializado do país, escolheram Aécio.
Mesmo estando a bater no peito que não fugirá à luta, a presidente reeleita precisa desde hoje, e não a partir de 2015, estar ciente de que o Brasil quer mudanças já, não na retórica, mas de fato.
E para todo o Brasil e não para pouco mais da metade que a elegeu.

(…)

Leia mais na edição nº 9764, dos dias 28 e 29 de outubro de 2014.