A informação de qualidade é uma arte no século XXI, notadamente num universo repleto de notícias falsas, as denominadas “fake news”.
A abertura de oportunidade para o saber, para o conhecimento, com foco no desvendamento da verdade para o público, transformou-se em tarefa árdua nos tempos atuais, em que a imprensa profissional foi substituída por um séquito de aventureiros, preocupados mais com interesses menores, políticos, ideológicos, de ocasião.
Nunca foi tão difícil desmantelar interesses de instruir, formar autômatos, substituindo-os pela nobre arte de informar os leitores, ouvintes, telespectadores.
A tarefa de falar a verdade é por demais difícil no mundo contemporâneo, porém prazerosa, posto que permite que se preste contas do trabalho dos agentes públicos, com esclarecimento dos meandros do mundo pós-moderno, com as suas mazelas, perversões, intrigas, jogo político, concessões e vantagens repugnantes, algo inacessível para maioria da população.
Em síntese, buscar privilegiar o Direito de Informação, a liberdade de expressão e os princípios mais elementares do mundo moderno, deve ter o pilar, o único caminho ético do jornalismo de qualidade, com primazia para a dignidade da pessoa humana.
Indispensável descortinar os mecanismos que tentam “formar” a consciência do cidadão, através de massificação de mensagens e discursos de ódio, que ceifam o raciocínio e o conhecimento da população, impondo alguns paradigmas que perpetuam o “status quo” e alijam a maioria dos cidadãos de obtenção dos valores que lhes dariam dignidade, no intuito de fazer prevalecer a “verdade” que mais agrada os poderosos e oportunistas de plantão, em detrimento de qualquer ponto de vista coerente, racional, humano.
Não poderia, desta forma, deixar de prestar minhas mais sinceras homenagens ao veículo de gigante credibilidade, fiel a arte de bem informar e de incessantemente buscar desvendar a verdade por detrás de qualquer bastidor, como vem fazendo a nossa magnífica Sarah, aqui da nossa querida e eterna “Gazeta de Bebedouro”, assim como seus antecessores, a nada mais nada menos que cem anos.
Gostaria de novamente exortar os méritos do veículo de imprensa, além de agradecer, humildemente, pela abertura de espaço democrático e da oportunidade de dialogar com a população de bem, de forma franca, como de fato o subscritor fez durante mais de dez anos.
Fiz parte, com orgulho, de mais de 10% da vida desse jornal, fato para contar para os bisnetos e comemorar.
Faço aqui meu agradecimento à boa fé e generosidade da minha querida amiga Sarah Cardoso, das poucas com coragem de permitir minha contribuição para o renomado periódico, com todas as implicações que tal labor poderia derivar, desejando a “Gazeta de Bebedouro”, no mínimo, mais 100 anos de sucesso e boa informação.
(Colaboração de Paulo José Freire Teotônio, Promotor de Justiça, Professor Universitário, Especialista em Direito Penal e Processo Penal, Mestre em Constituição e Processo, Doutor em Direitos Coletivos, Parecerista, autor de obras jurídicas. Colaborador com honra e saudade desse jornal).
Publicado na edição 10.848, de quinta a terça-feira, 6 a 11 de junho de 2024
Ano 100