No dia 31 de março, completou 50 anos o movimento, que derrubou João Goulart (Jango) da presidência da república. Nesses 50 anos, muita coisa foi esquecida. Também, dependendo da posição política das pessoas, muita coisa passou a ter significado diferente da realidade. Por isso, importante lembrar os principais aspectos do acontecido, para uma análise mais verdadeira. Nessa época, o mundo estava dividido pela guerra fria, em duas correntes: Anticomunistas, liderados pelos Estados Unidos e comunistas, liderados pela União Soviética. A força dessa disputa era tão grande, que impedia neutralidade. Na América Latina, o acirramento aumentou, com a revolução Cubana de 1959, que derrubou o ditador Batista e colocou Fidel Castro no poder. Fidel optou por ficar com os soviéticos e incentivou o comunismo em todos os países latino americanos. Em 1960, Janio Quadros foi eleito presidente do Brasil. Embora fossem de partidos diferentes, com ele, foi eleito vice-presidente Jango Goulart. Em 1961, Jango renunciou. Como Janio tinha postura favorável à Cuba, houve tentativa de impedir sua posse. Para solucionar a crise, os políticos engendraram uma solução provisória. Mudaram o regime brasileiro de presidencialista, para parlamentarista, elegeram um primeiro ministro e deram posse a Jango, com poderes limitados. Ele tomou posse e, com apoio dos esquerdistas, passou a articular readquirir os poderes plenos de presidente. Os oficiais militares eram contra. Então, em 1964, Jango tentou uma estratégia perigosa. Articulou subverter a hierarquia dos quartéis, atraindo para seu lado, os sargentos e cabos de todas as armas. Essa disputa provocou grande agitação. Em 19 de março, em São Paulo, a população civil anticomunista reuniu 500 mil pessoas na “Marcha da Família, com Deus pela liberdade.” Outros estados repetiram essa manifestação. Jango contrapôs-se fazendo dois grandes comícios no Rio de Janeiro, onde reuniu grande número de sargentos e marinheiros. Essa quebra da hierarquia militar culminou, como o movimento de 31 de março, que depôs Jango e instalou um governo presidido pelo Marechal Castelo Branco. Esse retrospecto mostra, que o movimento ante Jango foi civil e militar, não apenas militar. Os socialistas não gostaram e muitos deles foram para Cuba, para aprender as táticas de guerrilha. Entre eles, está na moda José Dirceu, que chegou fazer operação plástica, para mudar seu rosto. Essas táticas passaram ser usadas, mas, não conseguiram seu objetivo principal, levantar a população, para derrubar o regime. Então, concentrou-se em sequestros, ataques a bancos, assassinatos e cooptação de estudantes menores, para auxiliá-los. Guerrilha, o nome já indica: É a tentativa de tomar o poder pela força. A vigência da ditadura, com censura aos jornais, fez a mídia ficar contra o regime militar. Em consequência, passou a olhar os esquerdistas, que lutavam contra ela com simpatia. Chegaram até chamá-los de democratas. Mas, não eram nada disso. Eles queriam o poder, para instalar aqui uma ditadura igual à de Cuba. Prova disso, é que incensam Cuba até hoje, embora ela continue uma ditadura e seja um monumental fracasso econômico. Na luta entre militares e guerrilheiros nunca existiram bandidos e mocinhos. Como em toda guerra, todos são bandidos. O objetivo único é vencer pelo uso ilimitado da força. Todos cometem excessos. No Brasil, como os militares eram mais fortes, cometeram mais excessos. Mas, repita-se: os ditos revolucionários, cometeram sequestros, assassinatos, assaltos a banco, aliciamento de menores etc. Quando foi negociada a volta à democracia, foi incluída uma anistia ampla, para todos os envolvidos nessa guerrilha. Ela propiciou a volta ao Brasil de centenas de exilados uma tentativa de anular essa anistia, mas só em relação aos militares. Seria melhor o Brasil esquecer essa fase de violência e injustiças. Ao mostrar-se a favor da lei da anistia, Dilma mostrou, que também pensa assim.
(Colaboração de Antonio Carlos Álvares da Silva, advogado bebedourense).
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Leia mais na edição nº 9682, dos dias 12 13 e 14 de abril de 2014.